Republico dois pequenos artigos do Nassif sobre os estertores da campanha Tucana, e seu relacionamento com a velha mídia. Concordo com tudo que ele diz em gênero número e grau, o mais lamentável disso tudo é que a oposição vai quase desaparecer, o que não é muito saudável, más, verdade seja dita esta que está ai e nada é o que poderíamos chamar de a mesma coisa. E a velha mídia? Esta já está avacalhada faz tempo!
Esperando o Último Factóide do JN
Por Luís Nassif em seu Blog
Para Ricardo Guedes, do Instituto Sensus, não há mais retorno nas
atuais eleições. Será impossível ao candidato José Serra virar o jogo,
baseado em um dado definitivo: hoje em dia sua taxa de rejeição é
superior a 40%.
Os institutos costumam trabalhar com taxas de abstenção e votos nulos
da ordem de 20%. Significa que 40% é um corte, representando 50% dos
votos válidos. E sem garantir que os 50% que não o rejeitam votarão
nele. Enquanto isto, os índices de rejeição à Dilma estacionaram em
menos de 30%.
Por outro lado, aumentaram também os índices de rejeição a Marina
Silva, sem que tivessem aumentado seus eleitores. Logo, ela não terá
fôlego para dividir votos e levar a eleição para segundo turno.
Esse dado é informante para demonstrar o tiro no pé da propaganda
negativa de Serra. O índice de popularidade de Dilma depende, em grande
parte, de Lula. O de impopularidade de Serra é obra exclusiva do próprio
candidato.
Agora, é aguardar o próximo lance, diz Guedes, que, assim como toda a
torcida do Flamengo e do Corinhians, sabe que virá na forma de um
último dossiê, a ser divulgado pelo Ali Kamel, no Jornal Nacional, nas
vésperas das eleições.
São eleições tão previsíveis que a bala de prata
será como final de novela. Na véspera do fim da campanha eleitoral
gratuita, as pessoas se encontrarão na rua e perguntarão umas às outras:
o que você vai fazer hoje? E a resposta será: já compramos cerveja,
guaraná e pipoca e vamos reunir os vizinhos para assistir o último
dossiê do Jornal Nacional.
Observações sobre a Entrevista de Serra
Por Luís Nassif no seu Blog
1. Ao contrário da entrevista de Dilma, Serra respondeu a perguntas
do Jornal da Globo sobre seu programa de governo, sua visão de país.
Dilma, apenas sobre factóides e bolivarianismos. Pena!
2. As críticas contra a política econômica são corretas. Se Serra não
tivesse se convertido em biruta de aeroporto, era o ponto a ser focado
desde o início da campanha, em vez desse horror de populismo barato e de
propaganda negativa, que passou ao eleitor a imagem de um candidato
falso, rancoroso e revanchista.
3. Quando fala de seu governo, continua um blefador ilimitado. Não
tem nenhuma informação maior sobre a cracolândia, nenhuma visão de saúde
pública sobre o tema. Limita-se a informar que São Paulo tem uma
política de saúde que cria clínicas especializadas para drogados, "que o
governo federal é contra". Foi criada UMA clínica com 30 lugares,
permitindo atender no máximo 300 pacientes por ano. Se isso for política
de saúde, Serra é estadista.
4. Fica cada vez mais claro que o livro do Amaury
Jr desestabilizou toda a campanha de Serra. No dia em que o pessoal do
staff de campanha relatar o desastre, tenho certeza de que o centro será
o livro. A campanha negativa, os ataques, as acusações de dossiês, não
se constituíam em estratégias de campanha: parecem muito mais
estratégias jurídicas do candidato, para enfrentar futuros problemas
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