quinta-feira, 12 de maio de 2016

Viva a nossa ilusão!




Vamos em frente Brasil...O país da indignação seletiva!

Aviso a todos que não será o fim da crise, mas apenas o início, porque é comum no Brasil violarem o país em prol de uma interpretação enviesada do mesmo à sua volta, visto que, temos uma mídia que usa as informações como um bêbado usa um poste de iluminação – para servir de apoio e não para iluminar. Abraçam a nossa imaturidade democrática, usam as suas velhas crenças e veem então o que querem ver. Não duvido que existam justas razões, mas também um forte ódio de classes, profundas ignorâncias e hipocrisias que embalam esta velha disputa. Afinal todos nós temos um lobo bom e um lobo mal interno e neste estágio não sabem qual lobo alimentar.

Neste momento praticam um louco patriotismo, que funciona afinal como um refúgio dos canalhas, param de honrar o espetáculo das ideias e firmemente usam dois pesos e uma medida para considerar as evidências. A mente não funciona bem, e sim de acordo com as suas velhas crenças e emoções, ficando sujeitas a vieses de pensamento e fatores de confusão. Tudo parece tão plausível! Só que plausibilidade não garante a realidade, mas é mais confortável ouvir alguém falar o que já pensam, dá menos trabalho mental, por mais monótono que isso possa ser. E morremos todos neste conforto cognitivo.

Contudo na nossa elite de pensamento equivocado, direcionado por uma mídia plutocrática, a moda da América Latina, que só publica o interesse de seus proprietários como se fossem senhores feudais da comunicação, manipulando o seu público com meias verdades e muitas vezes com mentiras integrais, isto organiza e dá apoio a certos pensamentos fascistas vinculando-se a um “último” problema do país – a corrupção. Infelizmente eles esquecem que entre as noções de malfeito e benfeito, existe uma ravina, onde no final nos encontraremos.

Arranjam então uma avaliação rasa onde tendem a achar que corrupção é só aquilo que não os beneficia. Passam então a desfazer e a rejeitar políticas públicas, como se estas fossem fontes deste mal, aprofundando isto nas suas crenças. Monta-se então grandes idiotas instruídos, pena que eles são piores que idiotas ignorantes. Não tenho, portanto, inveja da felicidade daqueles que vivem no paraíso dos tolos, pois apenas um tolo consideraria que aquilo é felicidade.

Organizada esta malta, todos os dias vou então encontrar um intrometido, um ingrato, um insolente, um astucioso, um invejoso e um avaro fomentando e recriando clichês, montados hoje na internet. Porém, lá existe o melhor e o pior, o que nos proporciona até a encontrar mentes brilhantes e que teriam até dificuldade antes de se pronunciar, mas ao mesmo tempo, temos que lidar e dar relevância aos idiotas da aldeia. E está feito o pensamento errado da nossa elite populacional.

E por que pensam errado?

Immanuel Kant (século XVIII), nos trouxe a perspectiva de que a imagem que construímos do mundo a nossa volta não se baseia apenas no que existe, mas também do que nós criamos mentalmente. Este é um processo mental necessário, porém esta dependência da mente na construção da realidade torna subjetiva a percepção desta mesma realidade, nos sujeitando a armadilhas de nosso inconsciente. Estas armadilhas surgem quando interpretamos nossos sentidos com base em pré-conceitos da realidade. E aí poucos são capazes de entender o pensamento alheio. Estes equívocos decorrem do que chamamos de heurísticas ou erros cognitivos. Estes erros existem porque nosso cérebro não é desenhado (evolutivamente) para tomarmos decisões complexas, mas sim para a sobrevivência. Os sábios jamais pretenderam eliminar a miséria humana, simplesmente porque é impossível. Mas muitos deles se empenharam em ajudar-nos a entender e lidar com ela.

E quem é este que pensa?

O teste da razão de pensar diferente normalmente são mal compreendidos aos voltados ao estigma ilusório. A verdade é o que fazemos para obter uma perspectiva adequada. Pensamos diferente porque avaliamos os fatores em custo-efetividade do processo, normalmente entramos em uma posição de humildade perante os fenômenos e as informações apresentadas, procuramos visões de contracorrente e de certa forma enxergamos que ninguém consegue esconder a sua personalidade em um jogo de cartas. Notamos por fim que o mestre em disfarce informativo não consegue mais esconder suas manias.

Quem pensa diferente de mim na verdade não é meu inimigo, não é meu adversário. É meu parceiro na construção de um mundo plural. Certamente eles têm os seus vícios, mais afinal pessoas sem vícios têm poucas virtudes. Politicamente estas diferenças organizam a formação da sociedade gerando acordos de convivência procurando o melhor esquema para o funcionamento social. As diferenças devem ser levadas aos outros pelo argumento e convencimento montando o bem-estar do país. Mais fica tudo em suspenso neste repactuar viciado do Brasil.

Pouca gente entende como é possível estar triste neste hipócrita reconstruir do país! Infelizmente só se rir das cicatrizes quem nunca teve uma ferida. O que nós não podemos esquecer é que é impossível evitar confrontos quando se pensa e luta por mudanças. E nestes estágios se formos raivosos como eles são, vencerão também, porque o ódio neste momento é o seu campo. E todo o processo fica muito mais difícil. Então ajusto-me a mim e não ao mundo, no mais poderemos chorar o leite derramado. A história nos refaz destas lágrimas.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Meu desabafo para a hipocrisia!


É da democracia a paciência infinita e por ela eu penso e me valido. Contudo a transformação do mundo não é nada divertida. E quando ela acontece ou tenta acontecer o status quo efetivamente parte contra a mesma. Na verdade, o pobre conhecimento do valor das transformações e do bem estar que pode trazer para a sociedade, faz com que o homem comum se mostre ignorante e a ignorância traz muito mais certezas do que conhecimento.

As transformações mesmo as muito lentas promovidas neste últimos 13 anos são pontos de ruptura, e o "Velho Brasil" usou o homem comum para dizer um não. e como disse Maquiavel, "os homens são tão simples, e tão obedientes as necessidades do momento, que é muito fácil ser enganado e, portanto, encontra sempre quem o vai enganar".

Infelizmente vi no circo de horrores no domingo, no qual infelizmente clamamos a Deus e fizemos o diabo. Sou trabalhista porque o trabalho é mais importante e é independente do capital. O capital é apenas o fruto do trabalho, e não existiria sem ele. O trabalho é superior ao capital e merece a consideração mais elevada. E o que vi lá e nas velhas manifestações por um "Novo Brasil" foi um mundo de pensamento sem conteúdo e os mesmos são rasos; mal pensam em nossas instituições e em nossa gente, não tem conceitos e para mim, são cegas.

Lamento pelos indiferentes como todos que se dizem que são apolíticos e na verdade são falsos. Como Friederich Hebbel acredito que "viver significa tomar partido. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão, e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida”. E completando com Gramsci “ a indiferença é o peso morto da história. É a bala de chumbo para o inovador, é a matéria inerte em que se afogam frequentemente os entusiasmos mais esplendorosos, é o fosso que circunda a velha cidade e a defende melhor do que as mais sólidas muralhas, melhor do que o peito dos seus guerreiros, porque engole nos seus sorvedouros de lama os assaltantes, os dizima e desencoraja e às vezes, os leva a desistir de gesta heroica."

Humanista que sou e democrata até o fundo da minha alma um pouco transgressora, o que mais desejo é de fato uma democracia por inteiro! Na economia, na mídia, na justiça, na saúde, no campo, nos transportes...

No mais nada precisa ser explicado! Afinal o homem não é nada além daquilo que a educação faz dele.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Aguardando o Brasil se resolver!



Não costumo ir com a manada. Como disse Guy Fawkes, “situações extraordinárias exigem ações extraordinárias”. Portanto, acompanhar a maioria não exige nenhuma fundamentação; ir contra a maioria, exige todas as fundamentações.

É extremamente difícil combater o fenômeno da perseverança da crença, quando as ideias são tratadas como propriedades pessoais, da qual não queremos nos desfazer. E a ciência relata ainda que o nosso cérebro pode sim criar memórias falsas para nós, e infelizmente as pessoas são incapazes de encontrar o ceticismo e violam, portanto, a hipótese nula (onde devemos considerar a ausência do fenômeno e que a verdade só existe após ao devido processo do pensamento científico), passando a realizar o que quer ou o que quer crer. Nossa memória é infelizmente confusa.

Portanto eu acuso a todos aqueles que se abstém do pensamento. Da tentativa de não tentar entender fatos políticos complexos sem que tenhamos deles uma visão abrangente e dialética. A política, numa democracia, é, antes de tudo, uma luta intelectual que deve ser travada pela persuasão. Afinal de contas a dialética pressupõe que uma coisa seja ou não seja ao mesmo tempo. E a maioria das pessoas não distinguem bem a diferença entre uma opinião, uma conjectura e um fato, como também as circunstâncias onde os fatos ocorreram.

De toda forma estamos vivendo hoje em um turbilhão político que não sei como vai parar. Quando quem pretende vencer sem convencer, deve considerar que a vitória é só parcial!

 Portanto, o que ocorrer em caso de o impeachment ser bem-sucedido, não pode esperar que as pessoas concordem com o que está posto. Mas na verdade não sei se esta gente sabe distinguir afinal entre fato e ficção. E a classe média do Brasil também não percebeu que está vivendo em uma balança de um prato só, perdendo todos os detalhes da conjuntura maior de país, de suas necessidades e das reais soluções, está completamente vendida por uma mídia oligárquica que as trata como se a corrupção fosse o maior problema da nação.

Caso o impeachment não prevaleça, é importante que o governo que é legítimo devido aos seus cinquenta e quatro milhões de votos e tenha eventualmente tido a sua luta implacável no seu combate ao golpe de estado, seja depois generoso em sua vitória. Não existe dúvida que teremos confrontos, visto que existem sim diferenças. Afinal de conta precisam sim sair da sua área de conforto, o governo precisa transgredir de alguns paradigmas utilizando bem o enfrentamento político para superar o quadro atual.

O Brasil afinal não pode viver sobre o princípio da complacência, vivendo, portanto, de evidências indiretas. O país não pode viver em um complexo de Deus, uma enfermidade psicológica que é de alta prevalência, caracterizada pela presunção de que podemos inventar condutas baseadas em lógica, e considera-las benéficas, contudo sem testá-las devidamente. O complexo ocorre dos seguintes fatores: a incerteza do pensamento lógico e a existência de fenômenos e informações ilusórias. Infelizmente o complexo de Deus torna o homem dogmático, ele acredita por que quer acreditar ou por conflitos de interesse.

Este não é o Brasil bom para o Brasil.

O Brasil precisa enfim entender que o voto é muito mais forte do que a bala. Infelizmente o país vive hoje em uma heurística de julgamento, onde os processos são feitos de previsões parciais e em similaridades e enquadramento, sem muitas vezes se dar conta disto. E a heurística não assegura infelizmente as melhores soluções.

Tenho certeza que o país iria melhor se estivéssemos por fim com disposição para ouvir o que os outros tem a falar. Só que temos que ter cuidado com o que dizemos e devemos nos mover pelas verdades em que acreditamos, já que com palavras falsas podemos sem dúvida infectar o país com o mal.

Temos que encontrar afinal as soluções pelo argumento e não simplesmente pela autoridade porque uma vitória pela autoridade é irreal e ilusória. A nossa população precisa na verdade compreender que um desacordo inteligente é melhor do que uma concordância passiva, pois se valorássemos a inteligência como deveríamos um bom acordo será mais profundo do que a segunda.

Ao mais sigamos em frente e viva o Brasil.

sexta-feira, 18 de março de 2016

O fim da picada!


Este é o texto que gostaria de ter escrito! 


Mauro Santayana

Se não falham os estudiosos, a expressão “o fim da picada”, deriva da situação em que se encontra, de repente, o sujeito que vinha seguindo uma trilha, no meio da floresta, e, subitamente, se vê perdido, quando essa trilha, ou “picada”, aberta à medida que se corta, ou se “pica” o mato à frente, termina abruptamente, obrigando o viajante a seguir às cegas, ou a voltar para um distante, e muitas vezes, inalcançável, ponto de partida.

O grampo contra a Presidente da República, com sua imediata divulgação, para uma empresa de comunicação escolhida para escancarar seu conteúdo ao país, operado por um juiz de primeira instância, depois da desnecessária e arbitrária condução coercitiva e do pedido de prisão de um ex-presidente da República, devido a uma acusação de falsidade ideológica – em um país em que bandidos com dezenas de milhões de dólares em contas na Suíça, procurados pela Interpol e condenados à prisão em outros países circulam, soltos, tranquilamente - representa isso.

O fim da picada de uma Nação em que as instituições se recusam a funcionar, e estão, virtualmente, sob o sequestro de meia dúzia de malucos concursados - apoiados corporativamente por toda uma geração de funcionários de carreira de Estado comprometidos ideologicamente, com a razoável exceção de organizações como a associação de Juízes para a Democracia - que atuam como ponta de lança de uma plutocracia estatal, que, embalada por uma imprensa parcial e irresponsável, pretende tutelar a República, colocando-se acima dos poderes constituídos.

Perguntado o que achava do pedido de prisão do Ministério Público de São Paulo, há poucos dias, o líder do PSDB na Câmara Alta, o senador Cássio Cunha Lima, disse que não via motivos para tanto e recomendou cautela neste momento. Agradece-se a sua coragem e bom-senso – Cássio Cunha Lima foi violentamente atacado por isso pela malta radical fascista nos portais e redes sociais – mas agora é tarde.

A oposição deveria ter pensado nisso quando ainda não ocupava – tão hipócrita e injustamente quanto outros acusados - as manchetes da coluna de delações “premiadas”, e abandonou o calendário político normal para fazer política nos tribunais, por meio da criminalização da atividade, entregando o país a um grupo de procuradores e a um juiz de primeira instância que age - como se viu pelo vazamento imediato do grampo do Palácio do Planalto - como um fio desencapado, não se importando – assim como os procuradores que o cercam ou nele se inspiram - em incendiar o país para dizer que é ele quem está no comando, independente da atitude da Presidente da Republica de trocar o Ministro da Justiça, ou nomear para a Casa Civil um ex-presidente da República, ou da preocupação de alguns ministros e ministras do STF – pelo menos aqueles que parecem ter conservado um mínimo de dignidade e de razão neste momento.

Iludem-se aqueles que acham que a Operação Lava-Jato vai livrar o país da corrupção.

Os resultados políticos da Operação Mani Pulliti – a operação Mãos Limpas, à qual o Juiz Sérgio Moro se refere a todo instante como seu farol e fonte de “inspiração”, foram a condução de Berlusconi, um bufão pseudo fascista ao poder na Itália, por 12 anos eivados de escândalos, seguida da entrega do submundo do Estado a uma máfia comandada por ex-terroristas de extrema-direita, responsáveis por mega-escândalos como o da Máfia Capitale, que envolve desvios e comissões em obras públicas em Roma, da ordem de bilhões de euros, cujo julgamento começou no último mês de novembro.

Da mesma forma, iludem-se, também, aqueles que acham que, com a queda do governo, por meio de impeachment, ou de manobra no TSE ou no TCU, ou de uma Guerra Civil, que se desenha como cada vez mais provável, o Brasil irá voltar à normalidade. A verdadeira batalha, neste momento e a perder de vista – e há uma grande proporção de parvos que ainda não entenderam isso – não é entre o governo e a oposição, mas entre o poder político, alcançado por meio do voto soberano da população, e a burocracia estatal, principalmente aquela que tem a possibilidade – pela natureza de seu cargo - de pressionar, coagir, chantagear, a seu bel-prazer, a Presidência da República, o Congresso e o grande empresariado.

Em palestra recente, para empresários – quando, com suas multas e sanções, ele está arrebentando com metade do capitalismo brasileiro – o Juiz Sérgio Moro afirmou que a operação Lava-Jato não tem consequências econômicas.

Sua Excelência poderia explicar isso ao BTG, cujas ações diminuíram pela metade seu valor, quebrando milhares de acionistas, ou que perdeu quase 20 de reais em ativos desde a prisão de André Esteves.

Ou à Mendes Júnior que teve de demitir metade dos seus funcionários e está entrando em recuperação judicial esta semana.
Ou, ainda, aos 128.000 trabalhadores terceirizados da Petrobras que perderam o emprego no ano passado.

Ou às famílias dos 60.000 trabalhadores da Odebrecht, que também foram demitidos, ou aos funcionários restantes que aguardam o efeito da multa de 7 bilhões de reais – mais de 15 vezes o lucro do Grupo em 2014 – que se pretende impor “civilmente” à companhia.

Ou aos funcionários da Odebrecht que estão envolvidos com projetos de extrema importância para a defesa nacional, como a construção de nossos submarinos convencionais e atômicos e nosso míssil ar-ar A-Darter, concebido para armar nosso futuros caças Gripen NG-BR, que terão de ser interrompidos caso essa multa venha a ser cobrada.

Ou, ainda, aos “analistas” entre os quais é consenso que a Operação Lava Jato foi responsável por 2%, ou mais de 50%, da queda do PIB - de 3,8% - no ultimo ano.

Na mesma ocasião, o Sr. Sérgio Moro - como se fôssemos ingênuos de acreditar que juízes não têm suas próprias opiniões, ideologia e idiossincrasias políticas – afirmou não ter “partido”.

Ora, ele tem, sim, o seu partido.

E ele se chama PSM, o Partido do Sérgio Moro.

Um “partido” em que não cabem os interesses do país, nem os do governo, nem os da oposição, a não ser que eles se coloquem sob a sua tutela.

Assim como não dá para acreditar, com sua relativamente longa experiência, depois dos episódios de Maringá e do Banestado, que ele esteja agindo como age por ter sido picado pelo messianismo que distrai e embala a alma de outros “salvadores da pátria” da Operação Lava-Jato.

O que - seguindo a lógica do raciocínio - só pode nos levar a pensar que ele está fazendo o que faz porque talvez pretenda meter-se a comandar o país diretamente – achando, quem sabe, que as Forças Armadas vão permitir que venha a adentrar o Palácio do Planalto carregado por manifestantes convocados pelo Whats UP, em uma alegre noite de buzinaço, como um moderno Salazar ou Mussolini – ou quando eventualmente se cansar, lá pela milésima-primeira fase da Operação Lava-Jato - de exercitar seu ego e – até agora - seu incontestável poder de manter o país em suspense, paralisado política e economicamente, independentemente do ocupante de turno – quem grampeia um presidente grampeia qualquer presidente - que estiver sentado na principal poltrona do Palácio do Planalto.

A alternativa a essa República da “Destrói a Jato”, de um país mergulhado permanentemente na chantagem, na manipulação, no caos e na paralisia, é alguém ter coragem, nos órgãos de controle e fiscalização, de enfrentar o falso “clamor”, pretensamente “popular”, de um senso comum ditado pela ignorância e a mediocridade, e pendurar o guizo no pescoço do gato – ou desse tigre (de papel) - impondo ao mito construído em torno dessa operação, e aos seus “filhotes”, o império da Lei e o respeito ao Estado de Direito e à Constituição Federal.

Mas para isso falta peito e consciência de História a quem pode fazê-lo.

E sobra – talvez pelo medo das tampas de panela dos vizinhos - hesitação e covardia.

terça-feira, 15 de março de 2016

Condições normais de temperatura e pressão!




Após os protestos de domingo dia 13, no chororô de muitas pessoas que falam e reclamam e que dizem por fim, que não estamos nas CNTPs (Condições Normais de Temperatura e Pressão) no Brasil e de certa forma posso até concordar.

Mais ao mesmo tempo muitos deles querem que os ditos princípios constitucionais sejam sempre seguidos para resolver o problema e por óbvio eu também, então tá, vamos analisar.

Se não estamos nas CNTPs, lanço umas perguntas e depois algumas retóricas antecipadas.

É o governo que está forçando as CNTPs ou a oposição que não aceita a derrota?

E completando.

Se eles querem que os princípios constitucionais sejam seguidos e respeitados.... Qual é a solução?

Tirar a presidente... e botar quem?

E tirar a presidente porquê?

Porque ela é incompetente, isto não está nos princípios constitucionais!

Porque ela é corrupta, tem que se realmente provar? E não vale o mimimi da nossa mídia oligárquica de sempre que funciona de forma ipisis literi no Brasil em condições históricas semelhantes, pelo menos não é argumento suficiente para mim, como também para muitas pessoas que pensam fora do nosso ilustre quadrado midiático e é lógico ficamos fora do senso comum.

Por não ser boi de boiada, infelizmente o que percebo, é que ninguém está querendo respeitar os votos eleitorais, e aqueles que dizem simplesmente que o resultado foi apertado nos poupem, porque foi a mesma diferença proporcional dos votos de Hollande na França ou de Obama nos EUA e não existe ninguém com esta cantiga rasa por lá. Aliais, mais recentemente, na eleição da Argentina o Macri teve um resultado de vitória ainda menor e não vi os perdedores chorando pelo resultado.

O que ocorre mesmo é que a maioria do pensamento da velha classe média é que está querendo aparentemente um salvador da pátria, e que vive eternamente criminalizando a política vitimada de um velho processo midiático (Só que sem política não existe nada, sem ela não se constrói uma empresa, uma cidade, um estado ou um país e a mesma faz parte das relações humanas e são finalmente, altamente dialéticas e é preciso convencimento real das pessoas para se encontrar as soluções). Sinto, portanto, dizer que não existem salvadores da pátria e quando os mesmos “aparecem” em algum lugar, só fazem os respectivos países que os “acham” andar muito rapidamente para traz e de forma normalmente catastrófica.

É só olhar na história.

Tentar de verdade corrigir a política com propostas reais, cobrando junto ao congresso a reforma da mesma e partir para o desafio político verdadeiro é que não vejo enfim, ninguém querendo ou fazendo ou apenas muito poucos trabalhando com esta missão. No mais a história só se repete como farsa  e é por este caminho que estamos rapidamente caminhando, e se assim continuar, vamos achar rapidamente um governo fascista e muitos por fim vão morrer de saudades do PT! Portanto, acho que o melhor para todos é esperar 2018. Com relação ao governo de FHC, eu realmente não tenho nenhuma saudade, e não o quero de volta e votarei sempre contra o seu retorno ou a sua ideia, más na sua época jamais solicitei o seu fim, na verdade preferi tentar trabalhar para ganhar as eleições que se sucederam.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

A semiótica, minha dor de cabeça e a minha paciência; nunca vou fazer parte da manada!


Ando com uma certa dor de cabeça!
Contemplo que meu país se encontra doente, devendo ser esta a fonte de minha dor. Penso na minha dor miseravelmente pelo que vejo e sinto. Enxergo um Brasil hipócrita que para mim não está buscando as reais soluções para os seus imensos problemas. Mirando uma falsidade típica do nosso percurso histórico, montada em cima da corrupção vendida por uma mídia oligárquica. Assistindo as pessoas, incluindo as que muito conheço, não entenderem o que digo ou penso e agindo de forma desagradável e agressiva, como se fossem os donos da verdade.
E qual é a verdade?
Honestamente aprendi com Sócrates que sei que nada sei! Mas tenho alguns pensamentos sobre estes tipos de verdade que andam por aí e é dessa forma que as enxergo e relato abaixo. Isto diminui um pouco a minha dor deste cansaço ilógico que ocorre por aqui:
  • Estou cansado de donos da verdade! Afinal sou da doutrina da qual a mente humana não pode atingir nenhuma certeza a respeito da verdade.
  • Com meu fastio dos donos da verdade, vejo apenas uma coisa: a insensatez é infelizmente uma marcha sem dono!
  • Eu exausto dos donos da verdade de agora, pior vai ser o mea culpa daqui a 20 ou 30 anos. Vai ser realmente enfadonho!
  • No meu esgotamento dos donos da verdade penso apenas que cada cérebro dá aos fatos a escala de valor que é capaz.
  • Os donos da verdade que me extenuam nunca ouviram falar de Sócrates, só sei que sabem de tudo e eu só sei que nada sei!
  • Os donos da verdade com certezas absolutas, das opiniões mais estapafúrdias, da agressividade desmedida ditas no tom incisivo de quem não admite dúvida, me deixam combalido.
  • Acabo de descobrir que os donos da verdade me deixam extenuado, na verdade apenas incorporam um espirito de manada. Pensar para quê?
  • Sabe porque os donos da verdade me exaurem? Porque ninguém gosta de clichê e mais clichê! Sufocante afinal!


Tenho que escrever, mesmo esgotado dos donos da verdade! Porque de silêncio em silêncio pode se chegar o dia de não poder mais se falar ou escrever! Mas de onde vem esta dor e esta formação de um país doente! Qual a origem e a etiologia desta endemia, que assola a todos e forma esta manada, que aos poucos vai atrasando a nossa chance de que um futuro melhor chegue mais rápido. Qual a sua fonte e como se propaga?
O que ocorre nestes dias é que toda a nossa gente é refém de ataques semióticos. Ataques esses que são ainda mais nocivos e destrutivos que textos de colunistas pagos para fazer esse tipo de serviço. Na verdade, são fotos, charges, vídeos curtos, de maneira que o ódio é relativamente fácil de ser alimentado. Isto porque boa parte das pessoas, nos tempos corridos de hoje apenas prestam atenção nestes pontos específicos das reportagens! E como se sabe o pior cego é aquele que não quer ver! Com a semiótica influindo, mais fácil fica a formação dos cegos morais neste país.
 A grande ironia é que a ética não é um valor abstrato, e este furor jornalístico criado no Brasil visando a destruição moral de pessoas e de partidos vem fomentando o ódio, visando simplesmente os desejos dos donos dos veículos de comunicação e do pensamento mais retrogrado sobre o desenvolvimento humano, e pouco importando pelo bem-estar da sociedade. Este processo vem excluindo as pessoas das diferenças do pensar democrático, perseguindo incessantemente o pensamento diferente. O que se quer por fim, é que não é esperado de ninguém a concordância, espera-se sim, apenas a compreensão, mas isto está sendo morto no Brasil!
A doutora Fabiana Moraes da Silva publicou em um estudo sobre comunicações de nome "A não-notícia, um produto do infoentretenimento" que a característica mais comum dos pseudo-eventos é a presença da ambiguidade: o "deve ser", o silêncio de um famoso diante de algum suposto escândalo não esclarecido, o não-acontecimento torna-se cada vez mais comentado, alimentando assim uma série de suposições e, consequentemente, novos pseudo-eventos. Os pseudo-eventos se alimentam da ambiguidade para produzir ressonância no campo midiático, gerando comentários e garantindo assim sua presença nos meios de informação.
Ela caracteriza assim os "não fatos":
  1. Não são espontâneos, e sim planejados, plantados ou incitados. Jamais seriam possíveis num terremoto ou num acidente de trem, e sim por exemplo numa entrevista.
  2. São plantados para imediatamente serem reportados e reproduzidos, e essa reprodução é organizada de forma conveniente para ser reportada pela mídia. A grande pergunta "isso é real?" é menos importante do que "vale a pena ser publicado?"
  3. Sua relação com o conceito de realidade é ambígua. Na verdade, o interesse pelo material cresce à medida que ele é de fato ambíguo.
  4. Geralmente, se auto-realiza ao cumprir sua própria profecia. Tem o mesmo conceito que um fait drivers: seu sentido termina nele mesmo. 


Mais para mim nós temos é que experimentar todas as ideias tolas até chegar a correta. Portanto precisamos estar preparados para falhar inúmeras vezes e cometer muitos erros. Este é o padrão científico. E para mim o correto. Ou seja, precisamos estar constantemente investigando as possibilidades do mundo. E respostas corretas só existem para os que não querem pensar. Logo não compartilho nada com estes ditos donos da verdade, destes reis da semiótica e com aqueles que se dizem donos da partícula de Deus.
Com este texto muitos devem pensar que sou “comunista”, “socialista” e um monte de mimimi; lamentavelmente não enxergam nada. Apenas não vou fazer parte da manada, não vou ser parte de conceitos de coordenações sociais, na base do “muitos querem ou são, eu também quero ou sou”. É muito mais difícil ser aparentemente do “contra”.
Contudo sou humanista e penso constantemente no bem-estar das pessoas. Assim acho que o estado tem o que fazer em uma sociedade, principalmente numa sociedade desigual como a nossa, temos um estado com uma justiça lenta, aquela que normalmente tarda, logo ela é sempre falha, e que só finge que funciona quando se falam em processos a políticos ou a indivíduos coligados com a dita mídia, fazendo parte desta velha hipocrisia, de um legislativo tristemente mal votado e esquecido por nós eleitores. Efetivamente só lembramos em quem votar nos poderes executivos e desta vez montamos um legislativo "monstruoso". Esquecemos sempre que a responsabilidade pelo estado é do presidente, "mas que a vontade institucional" está no Congresso! Temos que perceber isto urgentemente! Temos que nos educar e nos livrar destes processos semióticos, temos que curar o nosso país doente.
Contudo sei também que tudo gira, e assim espero o vai e vem da humanidade e do Brasil. E aí amigos, “o roda mundo” roda! E as pessoas vão aprendendo! E graças a Deus, a paciência e o tempo são meus grandes heróis, afinal a história, é uma moça irônica, trabalha secretamente, rindo no escuro!

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

E não falta faz de conta?


Com esta crônica de Izaías Almada no Blog do Boi Tempo, é que mostro como me sinto! Este é o nosso país do faz de conta e infelizmente é este o nosso jogo sujo, que quer manter as coisas "no como sempre foram" (é passado mesmo!). Evoluir? Para que? O melhor é voltar para trás! O passado afinal é sempre o melhor! Viva a nossa nostalgia vira-lata. Viva o nosso sucesso anterior! E faz de conta que vamos ficar todos ótimos depois deste lindo futuro atravessado! É realmente um grande FEBEAPÁ!

O joguinho do faz de conta

Por Izaías Almada
Está difícil levar o atual momento político brasileiro a sério. Ou melhor: se levado mesmo a sério, pode ser o início de uma caminhada para a depressão psíquica, desequilíbrios emocionais, angústias, tudo na conta de mudanças, atitudes e comportamentos de homens e mulheres que – colocados em postos de comando do país – batem cabeça como se não soubessem muito bem o que estão fazendo, quer para desatar o nó ou para apertá-lo mais ainda.
Comecemos por algumas reflexões banais:
1 – Marta Suplicy saiu do PT pelos “desvios do partido” e vai para o PMDB de Cunha e outros honrados políticos sem desvios.
2 – Disse o Kant da Vila Carrão em frase originalíssima: “A corrupção no Brasil vai diminuir ou acabar quando o último corrupto do PT for enforcado com as tripas do último corrupto do PSDB.” Isto quer dizer que os outros partidos são de uma pureza invejável. Filósofos? Hummm… Seria interessante assistirem ao último filme de Woody Allen, O homem irracional.
3 – O imortal (sic) FHC, aquele que está sempre pedindo para que nós esqueçamos alguma coisa que escreveu ou que falou, por sua vez, afirmou que “nunca se roubou tanto no Brasil como agora”. Será que não há um único espelhinho no apartamento de Higienópolis?
4 – O Ministro Gilmar Dantas, digo, Mendes quer moralizar o país. Logo ele, que usa seu cargo para fazer política de compadrio e tutela. Caro leitor, o cinismo tem limites, não?
5 – O governo de São Paulo fez acordo com o PCC e não fez acordo com os professores quando estavam em greve? Choque de gestão! 220 volts…
6 – O senador Aécio Neves acha que tem a missão de liderar uma inevitável mudança na política brasileira. Pó parar repetirá o Estadão… Aquele helicóptero no Espírito Santo, hein, Luciana Genro?
7 – Já viram os pré-candidatos à prefeitura de São Paulo que querem enfrentar Haddad em 2016? Celebridades do que tem de pior na nossa televisão. São Paulo merece…
8 – “As contas de candidatos derrotados nas eleições não têm data para ser analisadas pelo TSE”, afirma jornalista da TV Globo em Brasília. Então tá: o negócio é ser candidato, pegar muita grana para a campanha e perder as eleições. Entenderam ou não? Aecim, quer dizer, assim não é considerado corrupção.
9 – Luta de classes? O que é isso? O negócio agora é moralizar as atividades entre cidadãos e entre cidadãos e Estado. Comecemos por mandar para cadeia os corruptos da esquerda, pois a corrupção antiga, onde a elite e seus representantes de direita estão metidos até o pescoço, essa não vem ao caso. Já prescreveu. E como corolário da falta de vergonha na cara ainda se alega que sonegação não é corrupção.
10 – Quem entende mesmo dessa política pós-moderna é o Lobão, o Fábio Jr., o Ronaldão, a Ana Maria Braga, o Jabor, o Ratinho, a Sheherazade, o Silas Malafaia, o filósofo da Vila Carrão, redatores da Veja e da revistaÉpoca, um tal professor Villa, todos com títulos acadêmicos de fazer inveja a FHC…
Bom, eu poderia ir com essa “brincadeira” até a centésima delas e morreríamos de rir (ou de raiva) se não fosse trágico (ou tragicômico).
A impressão que se tem, às vezes, quando tratamos da atividade política no Brasil, aquela que expressa ou escancara os mais variados interesses de grupos, grupelhos e até alguma bandidagem, é que – de fato – passamos recibo como sendo o nosso um país de energúmenos. Sempre de olho na casa do vizinho, enquanto a sujeira vai se acumulando nos cantinhos da nossa própria casa.
Acostumados ao sofrimento com a lei da chibata e do pelourinho, muitos de nossos antepassados nos legaram, ainda que não o quisessem, os das Senzalas, sobretudo, o medo e a hipocrisia como forma de defesa e sobrevivência física e intelectual. Está introjetado na sociedade brasileira.
E outros, os da Casa Grande, a turma do cinismo, já agora culturalmente ligada à necessidade de todos se mostrarem senhores e não escravos, uma espécie de antídoto da semvergonhice. Faz parte do figurino neoliberal.
Sempre nos curvamos à Europa até os primeiros anos do século XX e, após a Segunda Guerra Mundial, aos interesses do mais avassalador capitalismo e seus capitães do mato ao redor do mundo, há anos sediado nos cofres e escritórios das grandes corporações nos Estados Unidos da América e na Europa (Suiça).  E sob a proteção de um arsenal de ogivas nucleares.
A tal ponto vai essa crença e obsessão, ou submissão, que para muitos de nossos conterrâneos – os do cinismo, sobretudo, ou mesmo os papagaios de pirata –, o futuro da humanidade está em Miami, ali pertinho da Disney World, onde o estoque de bonecos do Pateta se renova em progressão geométrica.
Como país de uma democracia sempre em construção, tal como as infindáveis obras do metrô paulistano a distribuir propinas, entramos para valer no jogo do faz de conta, a ver se conseguimos acreditar um pouquinho em nós mesmos.
Faz de conta que somos sérios em nossas intenções; faz de conta que estamos combatendo a corrupção; faz de conta que a justiça é igual para todos; faz de conta que vamos fazer uma reforma política séria; faz de conta que não somos racistas; faz de conta que democracia é poder protestar livremente nas ruas e nos meios de comunicação; faz de conta que liberdade de expressão é poder trocar de canal de televisão; faz de conta que acreditamos que outro mundo seja possível; faz de conta que São Paulo ainda é a locomotiva do país; faz de conta que o Partido dos Trabalhadores é a origem de todos os nossos males; faz de conta que os três poderes são independentes e que se respeitam; faz de conta que a nossa imprensa é imparcial.
Faz de conta que não existe corrupção no futebol, nas agências de publicidade e em seus clientes; entre emissoras de TV e anunciantes; nos hospitais públicos, privados e nos planos de saúde; faz de conta que não há sonegação de impostos no país ou, se ela existe, não chega a ser propriamente uma corrupção; faz de conta que não há corrupção nos governos estaduais e municipais; faz de conta que somos um povo cordial; faz de conta que acreditamos em Deus e somos sinceramente religiosos; faz de conta que somos competentíssimos naquilo que fazemos, inclusive este que assina o artigo; faz de conta que sabemos votar; faz de conta que temos uma esquerda combativa; faz de conta que nunca molhamos a mão do guarda da esquina; faz de conta que não compramos notas fiscais; faz de conta que obedecemos a todos os sinais de trânsito; faz de conta que não temos preconceitos contra paraguaios, bolivianos, cubanos, haitianos e outros latino-americanos; faz de conta que somos todos contra a pena de morte; faz de conta que não compramos carteirinhas de estudante; faz de conta que não subimos os preços das mercadorias acima da inflação; faz de conta que conhecemos minimamente a Constituição do país, principalmente juízes de direito; faz de conta que nos importamos com a exterminação dos Guarani/Kaiowás; faz de conta que não existem os proxenetas da fé…
Faz de conta; faz de com… Faz de… Faz… F…

sábado, 7 de março de 2015

A banalidade e a boçalidade do mal que se instala na ausência do pensamento.



No meu ultimo post neste blog fiz um comentário triste do que via no Brasil em decorrência da eleição, embora tenha ganhado a eleição, relatei que infelizmente perdi o debate político para a falta de civilidade e a impotência diante de tanto ódio. Até por conta disto fiquei sem nada escrever de lá para cá, observando o meu Brasil, e a nós mesmos, nos comportando depois das eleições, e infelizmente ficando sempre triste com o nosso pobre pensamento atravessado, no qual negamos e falamos mal das diferenças conceituais existentes neste país enorme e efetivamente nos tratando de forma ao meu ver equivocado um ao outro, tornando inclusive muito difícil manter amizades se não fosse forte o suficiente de ter a capacidade de perdoar o que foi dito e escrito por parentes, colegas e amigos e até entendendo que é de boa fé no final das contas.
Vejo agora esta crítica de Eliane Brum publicada no El país que merece uma atenção especial. O importante é que este texto dela mostra a necessidade de todos nós tentarmos nos reconhecer e procurar entender estas diferenças e tentar é claro mudar um pouco o nosso comportamento. O ódio afinal de contas não constrói nada e as diferenças, estas sim, sempre montaram o futuro. Portanto concordo com o texto em gênero número e grau!

A boçalidade do mal
Em 19 de fevereiro, Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda dos governos de Lula e de Dilma Rousseff, estava na lanchonete do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, quando foi hostilizado por uma mulher, com o apoio de outras pessoas ao redor. Os gritos: “Vá pro SUS!”. Entre eles, “safado” e “fdp”. Mantega era acompanhado por sua esposa, Eliane Berger, psicanalista. Ela faz um longo tratamento contra o câncer no hospital, mas o casal estava ali para visitar um amigo. O episódio se tornou público na semana passada, quando um vídeo mostrando a cena foi divulgado no YouTube.
Entre as várias questões importantes sobre o momento atual do Brasil – mas não só do Brasil – que o episódio suscita, esta me parece particularmente interessante:
“Que passo é esse que se dá entre a discordância com relação à política econômica e a impossibilidade de sustentar o lugar do outro no espaço público?”.
A pergunta consta de uma carta escrita pelo Movimento Psicanálise, Autismo e Saúde Pública (MPASP), que encontrou na cena vivida por Guido e Eliane ecos do período que antecedeu a Segunda Guerra, na Alemanha nazista, quando se iniciou a construção de um clima de intolerância contra judeus, assim como contra ciganos, homossexuais e pessoas com deficiências mentais e/ou físicas. O desfecho todos conhecem. Em apoio a Guido e Eliane, mas também pela valorização do Sistema Único de Saúde (SUS), que atende milhões de brasileiros, o MPASP lançou a hashtag #VamosTodosProSUS.
Pode-se aqui fazer a ressalva de que a discordância vai muito além da política econômica e que o ex-ministro petista encarnaria na lanchonete de um dos hospitais privados mais caros do país algo bem mais complexo. Mas a pergunta olha para um ponto preciso do cotidiano atual do Brasil: em que momento a opinião ou a ação ou as escolhas do outro, da qual divergimos, se transforma numa impossibilidade de suportar que o outro exista? E, assim, é preciso eliminá-lo, seja expulsando-o do lugar, como no caso de Guido e Eliane, seja eliminando sua própria existência – simbólica, como em alguns projetos de lei que tramitam no Congresso, visando suprimir direitos fundamentais dos povos indígenas ou de outras minorias; física, como nos crimes de assassinato por homofobia ou preconceito racial.
O que significa, afinal, esse passo a mais, o limite ultrapassado, que tem sido chamado de “espiral de ódio” ou “espiral de intolerância”, num país supostamente dividido (e o supostamente aqui não é um penduricalho)? De que matéria é feita essa fronteira rompida?
A descoberta de que aquele vizinho simpático com quem trocávamos amenidades no elevador defende o linchamento de homossexuais tem um impacto profundo
A resposta admite muitos ângulos. Na minha hipótese, entre tantas possíveis, peço uma espécie de licença poética à filósofa Hannah Arendt, para brincar com o conceito complexo que ela tão brilhantemente criou e chamar esse passo a mais de “a boçalidade do mal”. Não banalidade, mas boçalidade mesmo. Arendt, para quem não lembra, alcançou “a banalidade do mal” ao testemunhar o julgamento do nazista Adolf Eichmann, em Jerusalém, e perceber que ele não era um monstro com um cérebro deformado, nem demonstrava um ódio pessoal e profundo pelos judeus, nem tampouco se dilacerava em questões de bem e de mal. Eichmann era um homem decepcionantemente comezinho que acreditava apenas ter seguido as regras do Estado e obedecido à lei vigente ao desempenhar seu papel no assassinato de milhões de seres humanos. Eichmann seria só mais um burocrata cumprindo ordens que não lhe ocorreu questionar. A banalidade do mal se instala na ausência do pensamento.
A boçalidade do mal, uma das explicações possíveis para o atual momento, é um fenômeno gerado pela experiência da internet. Ou pelo menos ligado a ela. Desde que as redes sociais abriram a possibilidade de que cada um expressasse livremente, digamos, o seu “eu mais profundo”, a sua “verdade mais intrínseca”, descobrimos a extensão da cloaca humana. Quebrou-se ali um pilar fundamental da convivência, um que Nelson Rodrigues alertava em uma de suas frases mais agudas: “Se cada um soubesse o que o outro faz dentro de quatro paredes, ninguém se cumprimentava”. O que se passou foi que descobrimos não apenas o que cada um faz entre quatro paredes, mas também o que acontece entre as duas orelhas de cada um. Descobrimos o que cada um de fato pensa sem nenhuma mediação ou freio. E descobrimos que a barbárie íntima e cotidiana sempre esteve lá, aqui, para além do que poderíamos supor, em dimensões da realidade que só a ficção tinha dado conta até então.
Descobrimos, por exemplo, que aquele vizinho simpático com quem trocávamos amenidades bem educadas no elevador defende o linchamento de homossexuais. E que mesmo os mais comedidos são capazes de exercer sua crueldade e travesti-la de liberdade de expressão. Nas postagens e comentários das redes sociais, seus autores deixam claro o orgulho do seu ódio e muitas vezes também da sua ignorância. Com frequência reivindicam uma condição de “cidadãos de bem” como justificativa para cometer todo o tipo de maldade, assim como para exercer com desenvoltura seu racismo, sua coleção de preconceitos e sua abissal intolerância com qualquer diferença.
Foi como um encanto às avessas – ou um desencanto. A imagem devolvida por esse espelho é obscena para além da imaginação. Ao libertar o indivíduo de suas amarras sociais, o que apareceu era muito pior do que a mais pessimista investigação da alma humana. Como qualquer um que acompanha comentários em sites e postagens nas redes sociais sabe bem, é aterrador o que as pessoas são capazes de dizer para um outro, e, ao fazê-lo, é ainda mais aterrador o que dizem de si. Como o Eichmann de Hannah Arendt, nenhum desses tantos é um tipo de monstro, o que facilitaria tudo, mas apenas ordinariamente humano.
Ao permitir que cada indivíduo se mostrasse sem máscaras, a internet arrancou da humanidade a ilusão sobre si mesma
Ainda temos muito a investigar sobre como a internet, uma das poucas coisas que de fato merecem ser chamadas de revolucionárias, transformaram a nossa vida e o nosso modo de pensar e a forma como nos enxergamos. Mas acho que é subestimado o efeito daquilo que a internet arrancou da humanidade ao permitir que cada indivíduo se mostrasse sem máscaras: a ilusão sobre si mesma. Essa ilusão era cara, e cumpria uma função – ou muitas – tanto na expressão individual quanto na coletiva. Acho que aí se escavou um buraco bem fundo, ainda por ser melhor desvendado.
Como aprendi na experiência de escrever na internet que não custa repetir o óbvio, de forma nenhuma estou dizendo que a internet, um sonho tão estupendo que jamais fomos capazes de sonhá-lo, é algo nocivo em si. A mesma possibilidade de se mostrar, que nos revelou o ódio, gerou também experiências maravilhosas, inclusive de negação do ódio. Assim como permitiu que pessoas pudessem descobrir na rede que suas fantasias sexuais não eram perversas nem condenadas ao exílio, mas passíveis de serem compartilhadas com outros adultos que também as têm. Do mesmo modo, a internet ampliou a denúncia de atrocidades e a transformação de realidades injustas, tanto quanto tornou o embate no campo da política muito mais democrático.
Meu objetivo aqui é chamar a atenção para um aspecto que me parece muito profundo e definidor de nossas relações atuais. A sociedade brasileira, assim como outras, mas da sua forma particular, sempre foi atravessada pela violência. Fundada na eliminação do outro, primeiro dos povos indígenas, depois dos negros escravizados, sua base foi o esvaziamento do diferente como pessoa, e seus ecos continuam fortes. A internet trouxe um novo elemento a esse contexto. Quero entender como indivíduos se apropriaram de suas possibilidades para exercer seu ódio – e como essa experiência alterou nosso cotidiano para muito além da rede.
Finalmente era possível “dizer tudo”, e isso passou a ser confundido com autenticidade e liberdade
É difícil saber qual foi a primeira baixa. Mas talvez tenha sido a do pudor. Primeiro, porque cada um que passou a expressar em público ideias que até então eram confinadas dentro de casa ou mesmo dentro de si, descobriu, para seu júbilo, que havia vários outros que pensavam do mesmo jeito. Mesmo que esse pensamento fosse incitação ao crime, discriminação racial, homofobia, defesa do linchamento. Que chamar uma mulher de “vagabunda” ou um negro de “macaco”, defender o “assassinato em massa de gays”, “exterminar esse bando de índios que só atrapalham” ou “acabar com a raça desses nordestinos safados” não só era possível, como rendia público e aplausos. Pensamentos que antes rastejavam pelas sombras passaram a ganhar o palco e a amealhar seguidores. E aqueles que antes não ousavam proclamar seu ódio cara a cara, sentiram-se fortalecidos ao descobrirem-se legião. Finalmente era possível “dizer tudo”. E dizer tudo passou a ser confundido com autenticidade e com liberdade.
Para muitos, havia e há a expectativa de que o conhecimento transmitido pela oralidade, caso de vários povos tradicionais e de várias camadas da população brasileira com riquíssima produção oral, tenha o mesmo reconhecimento na construção da memória que os documentos escritos. Na experiência da internet, aconteceu um fenômeno inverso: a escrita, que até então era uma expressão na qual se pesava mais cada palavra, por acreditar-se mais permanente, ganhou uma ligeireza que historicamente esteve ligada à palavra falada nas camadas letradas da população. As implicações são muitas, algumas bem interessantes, como a apropriação da escrita por segmentos que antes não se sentiam à vontade com ela. Outras mostram as distorções apontadas aqui, assim como a inconsciência de que cada um está construindo a sua memória: na internet, a possibilidade de apagar os posts é uma ilusão, já que quase sempre eles já foram copiados e replicados por outros, levando à impossibilidade do esquecimento.
O fenômeno ajuda a explicar, entre tantos episódios, a resposta de Washington Quaquá, prefeito de Maricá e presidente do PT fluminense, uma figura com responsabilidade pública, além de pessoal, às agressões contra Guido Mantega. Em seu perfil no Facebook, ele sentiu-se livre para expressar sua indignação contra o que aconteceu na lanchonete do Einstein nos seguintes termos: “Contra o fascismo a porrada. Não podemos engolir esses fascistas burguesinhos de merda! (…) Vamos pagar com a mesma moeda: agrediu, devolvemos dando porrada!”.
O outro, se não for um clone, só existe como inimigo
O ódio, e também a ignorância, ao serem compartilhados no espaço público das redes, deixaram de ser algo a ser reprimido e trabalhado, no primeiro caso, e ocultado e superado, no segundo, para ser ostentado. E quando me refiro à ignorância, me refiro também a declarações de não saber e de não querer saber e de achar que não precisa saber. Me arrisco a dizer que havia mais chances quando as pessoas tinham pudor, em vez de orgulho, de declarar que acham museus uma chatice ou que não leram o texto que acabaram de desancar, porque pelo menos poderia haver uma possibilidade de se arriscar a uma obra de arte que as tocasse ou a descobrir num texto algo que provocasse nelas um pensamento novo.
Sempre se culpa o anonimato permitido pela rede pelas brutalidades ali cometidas. É verdade que o anonimato é uma realidade, que há os “fakes” (perfis falsos) e há toda uma manipulação para falsificar reações negativas a determinados textos e opiniões, seja por grupos organizados, seja como tarefa de equipes de gerenciamento de crise de clientes públicos e privados. Tanto quanto há campanhas de desqualificação fabricadas como “espontâneas”, nas quais mentiras ou boatos são disseminados como verdades comprovadas, causando enormes estragos em vidas e causas.
Mas suspeito que, no que se refere ao indivíduo, a notícia – boa ou má – é que o anonimato foi em grande medida um primeiro estágio superado. Uma espécie de ensaio para ver o que acontece, antes de se arriscar com o próprio RG. Não tenho pesquisa, só observação cotidiana. Testemunho dia a dia o quanto gente com nome e sobrenome reais é capaz de difundir ódio, ofensas, boatos, preconceitos, discriminação e incitação ao crime sem nenhum pudor ou cuidado com o efeito de suas palavras na destruição da reputação e da vida de pessoas também reais. A preocupação de magoar ou entristecer alguém, então, essa nem é levada em conta. Ao contrário, o cuidado que aparece é o de garantir que a pessoa atacada leia o que se escreveu sobre ela, o cuidado que se toma é o da certeza de ferir o outro. O outro, se não for um clone, só existe como inimigo.
Na eleição de 2014, descobriu-se que os bárbaros eram até ontem os aliados na empreitada da civilização
O problema, quando se aponta os “bárbaros”, e aqui me incluo, é justamente que os bárbaros são sempre os outros. Neste sentido, a eleição de 2014, da qual derivou a tese, para mim bastante questionável, do “Brasil partido”, bagunçou um bocado essa crença. Não foi à toa que amizades antigas se desfizeram, parentes brigaram e até amores foram abalados, que até hoje há gente que se gostava que não voltou a se falar. As redes sociais, a internet, viraram um campo de guerra, num nível maior do que em qualquer outra eleição ou momento histórico. Só que, desta vez, os bárbaros eram até ontem os aliados na empreitada da civilização.
Descobriu-se então que pessoas com quem se compartilhou sonhos ou pessoas que se considerava éticas – pessoas do “lado certo” – eram capazes de lançar argumentos desonestos – e que sabiam ser desonestos – e até mentiras descaradas, assim como de torturar números e manipular conceitos. Eram capazes de fazer tudo o que sempre condenaram, em nome do objetivo supostamente maior de ganhar a eleição. Os bárbaros não eram mais os outros, os de longe. Desta vez, eram os de perto, bem de perto, que queriam não apenas vencer, mas destruir o diferente ou o divergente, eu ou você. O bárbaro era um igual, o que torna tudo mais complicado.
Não se sai imune desse confronto com a realidade do outro, a parte mais fácil. Não se sai impune desse confronto com a realidade de si, este um enfrentamento só levado adiante pelos que têm coragem. Como sabemos, enquanto for possível e talvez mesmo quando não seja mais, cada um fará de tudo para não se enxergar como bárbaro, mesmo que para isso precise mentir para si mesmo. É duro reconhecer os próprios crimes, assim como as traições, mesmo as bem pequenas, e as vilanias. Mas, no fundo, cada um sabe o que fez e os limites que ultrapassou. O que aconteceu na eleição de 2014 é que os bons e os limpinhos descobriram algumas nuances a mais de sua condição humana, e descobriram o pior: também eles (nós?) não são capazes de respeitar a opinião e a escolha diferente da sua. Também eles (nós?) não quiseram debater, mas destruir. De repente, só havia “haters” (odiadores). De novo: desse confronto não se sai impune. A boçalidade do mal ganhou dimensões imprevistas.
A experiência poderosa de se mostrar sem recalques transcendeu e influenciou a vida para além das redes
Seria improvável que a experiência vivida na internet, na qual o que aconteceu nas eleições foi apenas o momento de maior desvendamento, não mudasse o comportamento quando se está cara a cara com o outro, quando se está em carne e osso e ódio diante do outro, nos espaços concretos do cotidiano. Seria no mínimo estranho que a experiência poderosa de se manifestar sem freios, de se mostrar “por inteiro”, de eliminar qualquer recalque individual ou trava social e de “dizer tudo” – e assim ser “autêntico”, “livre” e “verdadeiro” – não influenciasse a vida para além da rede. Seria impossível que, sob determinadas condições e circunstâncias, os comportamentos não se misturassem. Seria inevitável que essa “autorização” para “dizer tudo” não alterasse os que dela se apropriaram e se expandisse para outras realidades da vida. E a legitimidade ganhada lá não se transferisse para outros campos. Seria pouco lógico acreditar que a facilidade do “deletar” e do “bloquear” da internet, um dedo leve e só aparentemente indolor sobre uma tecla, não transcendesse de alguma forma. Não se trata, afinal, de dois mundos, mas do mesmo mundo – e do mesmo indivíduo.
A mulher que se sentiu “no direito” de xingar Guido Mantega e por extensão Eliane Berger, e tornar sua presença na lanchonete do hospital insuportável, assim como as pessoas que se sentiram “no direito” de aumentar o coro de xingamentos, possivelmente acreditem que estavam apenas exercendo a liberdade de expressão como “cidadãos de bem indignados com o PT”, uma frase corriqueira nos dias de hoje, quase uma bandeira. Ao mandar Guido e Eliane para outro lugar – e não para qualquer lugar, mas “pro SUS” – devem acreditar que o Sistema Único de Saúde é a versão contemporânea do inferno, para a qual só devem ir os proscritos do mundo. Possivelmente acreditem também que o espaço do Hospital Israelita Albert Einstein deve continuar reservado para uma gente “diferenciada”. Em nenhum momento parecem ter enxergado Guido e Eliane como pessoas, nem se lembrado de que quem está num hospital, seja por si mesmo, seja por alguém que ama, está numa situação de fragilidade semelhante a deles. O direito ao ódio e à eliminação do outro mostrou-se soberano: aquele que é diferente de mim, eu mato. Ou deleto. Simbolicamente, no geral; fisicamente, com frequência assustadora.
O direito ao ódio e à eliminação do outro mostrou-se soberano: aquele que é diferente de mim, eu mato. Ou deleto. Simbolicamente, no geral; fisicamente, com frequência assustadora.
Mas, claro, nada disso é importante. Nem é importante a greve dos caminhoneiros ou a falta de água na casa dos mais pobres. Tampouco a destruição de estátuas milenares pelo Estado Islâmico. Essencial mesmo é o grande debate da semana que passou: descobrir se o vestido era branco e dourado – ou preto e azul. Até mesmo sobre tal irrelevância, a selvageria do bate-boca nas redes mostrou que não é possível ter opinião diferente.
Já demos um passo além da banalidade. Nosso tempo é o da boçalidade.
Eliane Brum é escritora, repórter e documentarista. Autora dos livros de não ficçãoColuna Prestes - o Avesso da Lenda, A Vida Que Ninguém vê, O Olho da RuaA Menina Quebrada, Meus Desacontecimentos e do romance Uma Duas. Site: desacontecimentos.com Email: elianebrum.coluna@gmail.com Twitter:@brumelianebrum.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...