quinta-feira, 12 de maio de 2016

Viva a nossa ilusão!




Vamos em frente Brasil...O país da indignação seletiva!

Aviso a todos que não será o fim da crise, mas apenas o início, porque é comum no Brasil violarem o país em prol de uma interpretação enviesada do mesmo à sua volta, visto que, temos uma mídia que usa as informações como um bêbado usa um poste de iluminação – para servir de apoio e não para iluminar. Abraçam a nossa imaturidade democrática, usam as suas velhas crenças e veem então o que querem ver. Não duvido que existam justas razões, mas também um forte ódio de classes, profundas ignorâncias e hipocrisias que embalam esta velha disputa. Afinal todos nós temos um lobo bom e um lobo mal interno e neste estágio não sabem qual lobo alimentar.

Neste momento praticam um louco patriotismo, que funciona afinal como um refúgio dos canalhas, param de honrar o espetáculo das ideias e firmemente usam dois pesos e uma medida para considerar as evidências. A mente não funciona bem, e sim de acordo com as suas velhas crenças e emoções, ficando sujeitas a vieses de pensamento e fatores de confusão. Tudo parece tão plausível! Só que plausibilidade não garante a realidade, mas é mais confortável ouvir alguém falar o que já pensam, dá menos trabalho mental, por mais monótono que isso possa ser. E morremos todos neste conforto cognitivo.

Contudo na nossa elite de pensamento equivocado, direcionado por uma mídia plutocrática, a moda da América Latina, que só publica o interesse de seus proprietários como se fossem senhores feudais da comunicação, manipulando o seu público com meias verdades e muitas vezes com mentiras integrais, isto organiza e dá apoio a certos pensamentos fascistas vinculando-se a um “último” problema do país – a corrupção. Infelizmente eles esquecem que entre as noções de malfeito e benfeito, existe uma ravina, onde no final nos encontraremos.

Arranjam então uma avaliação rasa onde tendem a achar que corrupção é só aquilo que não os beneficia. Passam então a desfazer e a rejeitar políticas públicas, como se estas fossem fontes deste mal, aprofundando isto nas suas crenças. Monta-se então grandes idiotas instruídos, pena que eles são piores que idiotas ignorantes. Não tenho, portanto, inveja da felicidade daqueles que vivem no paraíso dos tolos, pois apenas um tolo consideraria que aquilo é felicidade.

Organizada esta malta, todos os dias vou então encontrar um intrometido, um ingrato, um insolente, um astucioso, um invejoso e um avaro fomentando e recriando clichês, montados hoje na internet. Porém, lá existe o melhor e o pior, o que nos proporciona até a encontrar mentes brilhantes e que teriam até dificuldade antes de se pronunciar, mas ao mesmo tempo, temos que lidar e dar relevância aos idiotas da aldeia. E está feito o pensamento errado da nossa elite populacional.

E por que pensam errado?

Immanuel Kant (século XVIII), nos trouxe a perspectiva de que a imagem que construímos do mundo a nossa volta não se baseia apenas no que existe, mas também do que nós criamos mentalmente. Este é um processo mental necessário, porém esta dependência da mente na construção da realidade torna subjetiva a percepção desta mesma realidade, nos sujeitando a armadilhas de nosso inconsciente. Estas armadilhas surgem quando interpretamos nossos sentidos com base em pré-conceitos da realidade. E aí poucos são capazes de entender o pensamento alheio. Estes equívocos decorrem do que chamamos de heurísticas ou erros cognitivos. Estes erros existem porque nosso cérebro não é desenhado (evolutivamente) para tomarmos decisões complexas, mas sim para a sobrevivência. Os sábios jamais pretenderam eliminar a miséria humana, simplesmente porque é impossível. Mas muitos deles se empenharam em ajudar-nos a entender e lidar com ela.

E quem é este que pensa?

O teste da razão de pensar diferente normalmente são mal compreendidos aos voltados ao estigma ilusório. A verdade é o que fazemos para obter uma perspectiva adequada. Pensamos diferente porque avaliamos os fatores em custo-efetividade do processo, normalmente entramos em uma posição de humildade perante os fenômenos e as informações apresentadas, procuramos visões de contracorrente e de certa forma enxergamos que ninguém consegue esconder a sua personalidade em um jogo de cartas. Notamos por fim que o mestre em disfarce informativo não consegue mais esconder suas manias.

Quem pensa diferente de mim na verdade não é meu inimigo, não é meu adversário. É meu parceiro na construção de um mundo plural. Certamente eles têm os seus vícios, mais afinal pessoas sem vícios têm poucas virtudes. Politicamente estas diferenças organizam a formação da sociedade gerando acordos de convivência procurando o melhor esquema para o funcionamento social. As diferenças devem ser levadas aos outros pelo argumento e convencimento montando o bem-estar do país. Mais fica tudo em suspenso neste repactuar viciado do Brasil.

Pouca gente entende como é possível estar triste neste hipócrita reconstruir do país! Infelizmente só se rir das cicatrizes quem nunca teve uma ferida. O que nós não podemos esquecer é que é impossível evitar confrontos quando se pensa e luta por mudanças. E nestes estágios se formos raivosos como eles são, vencerão também, porque o ódio neste momento é o seu campo. E todo o processo fica muito mais difícil. Então ajusto-me a mim e não ao mundo, no mais poderemos chorar o leite derramado. A história nos refaz destas lágrimas.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Meu desabafo para a hipocrisia!


É da democracia a paciência infinita e por ela eu penso e me valido. Contudo a transformação do mundo não é nada divertida. E quando ela acontece ou tenta acontecer o status quo efetivamente parte contra a mesma. Na verdade, o pobre conhecimento do valor das transformações e do bem estar que pode trazer para a sociedade, faz com que o homem comum se mostre ignorante e a ignorância traz muito mais certezas do que conhecimento.

As transformações mesmo as muito lentas promovidas neste últimos 13 anos são pontos de ruptura, e o "Velho Brasil" usou o homem comum para dizer um não. e como disse Maquiavel, "os homens são tão simples, e tão obedientes as necessidades do momento, que é muito fácil ser enganado e, portanto, encontra sempre quem o vai enganar".

Infelizmente vi no circo de horrores no domingo, no qual infelizmente clamamos a Deus e fizemos o diabo. Sou trabalhista porque o trabalho é mais importante e é independente do capital. O capital é apenas o fruto do trabalho, e não existiria sem ele. O trabalho é superior ao capital e merece a consideração mais elevada. E o que vi lá e nas velhas manifestações por um "Novo Brasil" foi um mundo de pensamento sem conteúdo e os mesmos são rasos; mal pensam em nossas instituições e em nossa gente, não tem conceitos e para mim, são cegas.

Lamento pelos indiferentes como todos que se dizem que são apolíticos e na verdade são falsos. Como Friederich Hebbel acredito que "viver significa tomar partido. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão, e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida”. E completando com Gramsci “ a indiferença é o peso morto da história. É a bala de chumbo para o inovador, é a matéria inerte em que se afogam frequentemente os entusiasmos mais esplendorosos, é o fosso que circunda a velha cidade e a defende melhor do que as mais sólidas muralhas, melhor do que o peito dos seus guerreiros, porque engole nos seus sorvedouros de lama os assaltantes, os dizima e desencoraja e às vezes, os leva a desistir de gesta heroica."

Humanista que sou e democrata até o fundo da minha alma um pouco transgressora, o que mais desejo é de fato uma democracia por inteiro! Na economia, na mídia, na justiça, na saúde, no campo, nos transportes...

No mais nada precisa ser explicado! Afinal o homem não é nada além daquilo que a educação faz dele.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Aguardando o Brasil se resolver!



Não costumo ir com a manada. Como disse Guy Fawkes, “situações extraordinárias exigem ações extraordinárias”. Portanto, acompanhar a maioria não exige nenhuma fundamentação; ir contra a maioria, exige todas as fundamentações.

É extremamente difícil combater o fenômeno da perseverança da crença, quando as ideias são tratadas como propriedades pessoais, da qual não queremos nos desfazer. E a ciência relata ainda que o nosso cérebro pode sim criar memórias falsas para nós, e infelizmente as pessoas são incapazes de encontrar o ceticismo e violam, portanto, a hipótese nula (onde devemos considerar a ausência do fenômeno e que a verdade só existe após ao devido processo do pensamento científico), passando a realizar o que quer ou o que quer crer. Nossa memória é infelizmente confusa.

Portanto eu acuso a todos aqueles que se abstém do pensamento. Da tentativa de não tentar entender fatos políticos complexos sem que tenhamos deles uma visão abrangente e dialética. A política, numa democracia, é, antes de tudo, uma luta intelectual que deve ser travada pela persuasão. Afinal de contas a dialética pressupõe que uma coisa seja ou não seja ao mesmo tempo. E a maioria das pessoas não distinguem bem a diferença entre uma opinião, uma conjectura e um fato, como também as circunstâncias onde os fatos ocorreram.

De toda forma estamos vivendo hoje em um turbilhão político que não sei como vai parar. Quando quem pretende vencer sem convencer, deve considerar que a vitória é só parcial!

 Portanto, o que ocorrer em caso de o impeachment ser bem-sucedido, não pode esperar que as pessoas concordem com o que está posto. Mas na verdade não sei se esta gente sabe distinguir afinal entre fato e ficção. E a classe média do Brasil também não percebeu que está vivendo em uma balança de um prato só, perdendo todos os detalhes da conjuntura maior de país, de suas necessidades e das reais soluções, está completamente vendida por uma mídia oligárquica que as trata como se a corrupção fosse o maior problema da nação.

Caso o impeachment não prevaleça, é importante que o governo que é legítimo devido aos seus cinquenta e quatro milhões de votos e tenha eventualmente tido a sua luta implacável no seu combate ao golpe de estado, seja depois generoso em sua vitória. Não existe dúvida que teremos confrontos, visto que existem sim diferenças. Afinal de conta precisam sim sair da sua área de conforto, o governo precisa transgredir de alguns paradigmas utilizando bem o enfrentamento político para superar o quadro atual.

O Brasil afinal não pode viver sobre o princípio da complacência, vivendo, portanto, de evidências indiretas. O país não pode viver em um complexo de Deus, uma enfermidade psicológica que é de alta prevalência, caracterizada pela presunção de que podemos inventar condutas baseadas em lógica, e considera-las benéficas, contudo sem testá-las devidamente. O complexo ocorre dos seguintes fatores: a incerteza do pensamento lógico e a existência de fenômenos e informações ilusórias. Infelizmente o complexo de Deus torna o homem dogmático, ele acredita por que quer acreditar ou por conflitos de interesse.

Este não é o Brasil bom para o Brasil.

O Brasil precisa enfim entender que o voto é muito mais forte do que a bala. Infelizmente o país vive hoje em uma heurística de julgamento, onde os processos são feitos de previsões parciais e em similaridades e enquadramento, sem muitas vezes se dar conta disto. E a heurística não assegura infelizmente as melhores soluções.

Tenho certeza que o país iria melhor se estivéssemos por fim com disposição para ouvir o que os outros tem a falar. Só que temos que ter cuidado com o que dizemos e devemos nos mover pelas verdades em que acreditamos, já que com palavras falsas podemos sem dúvida infectar o país com o mal.

Temos que encontrar afinal as soluções pelo argumento e não simplesmente pela autoridade porque uma vitória pela autoridade é irreal e ilusória. A nossa população precisa na verdade compreender que um desacordo inteligente é melhor do que uma concordância passiva, pois se valorássemos a inteligência como deveríamos um bom acordo será mais profundo do que a segunda.

Ao mais sigamos em frente e viva o Brasil.

sexta-feira, 18 de março de 2016

O fim da picada!


Este é o texto que gostaria de ter escrito! 


Mauro Santayana

Se não falham os estudiosos, a expressão “o fim da picada”, deriva da situação em que se encontra, de repente, o sujeito que vinha seguindo uma trilha, no meio da floresta, e, subitamente, se vê perdido, quando essa trilha, ou “picada”, aberta à medida que se corta, ou se “pica” o mato à frente, termina abruptamente, obrigando o viajante a seguir às cegas, ou a voltar para um distante, e muitas vezes, inalcançável, ponto de partida.

O grampo contra a Presidente da República, com sua imediata divulgação, para uma empresa de comunicação escolhida para escancarar seu conteúdo ao país, operado por um juiz de primeira instância, depois da desnecessária e arbitrária condução coercitiva e do pedido de prisão de um ex-presidente da República, devido a uma acusação de falsidade ideológica – em um país em que bandidos com dezenas de milhões de dólares em contas na Suíça, procurados pela Interpol e condenados à prisão em outros países circulam, soltos, tranquilamente - representa isso.

O fim da picada de uma Nação em que as instituições se recusam a funcionar, e estão, virtualmente, sob o sequestro de meia dúzia de malucos concursados - apoiados corporativamente por toda uma geração de funcionários de carreira de Estado comprometidos ideologicamente, com a razoável exceção de organizações como a associação de Juízes para a Democracia - que atuam como ponta de lança de uma plutocracia estatal, que, embalada por uma imprensa parcial e irresponsável, pretende tutelar a República, colocando-se acima dos poderes constituídos.

Perguntado o que achava do pedido de prisão do Ministério Público de São Paulo, há poucos dias, o líder do PSDB na Câmara Alta, o senador Cássio Cunha Lima, disse que não via motivos para tanto e recomendou cautela neste momento. Agradece-se a sua coragem e bom-senso – Cássio Cunha Lima foi violentamente atacado por isso pela malta radical fascista nos portais e redes sociais – mas agora é tarde.

A oposição deveria ter pensado nisso quando ainda não ocupava – tão hipócrita e injustamente quanto outros acusados - as manchetes da coluna de delações “premiadas”, e abandonou o calendário político normal para fazer política nos tribunais, por meio da criminalização da atividade, entregando o país a um grupo de procuradores e a um juiz de primeira instância que age - como se viu pelo vazamento imediato do grampo do Palácio do Planalto - como um fio desencapado, não se importando – assim como os procuradores que o cercam ou nele se inspiram - em incendiar o país para dizer que é ele quem está no comando, independente da atitude da Presidente da Republica de trocar o Ministro da Justiça, ou nomear para a Casa Civil um ex-presidente da República, ou da preocupação de alguns ministros e ministras do STF – pelo menos aqueles que parecem ter conservado um mínimo de dignidade e de razão neste momento.

Iludem-se aqueles que acham que a Operação Lava-Jato vai livrar o país da corrupção.

Os resultados políticos da Operação Mani Pulliti – a operação Mãos Limpas, à qual o Juiz Sérgio Moro se refere a todo instante como seu farol e fonte de “inspiração”, foram a condução de Berlusconi, um bufão pseudo fascista ao poder na Itália, por 12 anos eivados de escândalos, seguida da entrega do submundo do Estado a uma máfia comandada por ex-terroristas de extrema-direita, responsáveis por mega-escândalos como o da Máfia Capitale, que envolve desvios e comissões em obras públicas em Roma, da ordem de bilhões de euros, cujo julgamento começou no último mês de novembro.

Da mesma forma, iludem-se, também, aqueles que acham que, com a queda do governo, por meio de impeachment, ou de manobra no TSE ou no TCU, ou de uma Guerra Civil, que se desenha como cada vez mais provável, o Brasil irá voltar à normalidade. A verdadeira batalha, neste momento e a perder de vista – e há uma grande proporção de parvos que ainda não entenderam isso – não é entre o governo e a oposição, mas entre o poder político, alcançado por meio do voto soberano da população, e a burocracia estatal, principalmente aquela que tem a possibilidade – pela natureza de seu cargo - de pressionar, coagir, chantagear, a seu bel-prazer, a Presidência da República, o Congresso e o grande empresariado.

Em palestra recente, para empresários – quando, com suas multas e sanções, ele está arrebentando com metade do capitalismo brasileiro – o Juiz Sérgio Moro afirmou que a operação Lava-Jato não tem consequências econômicas.

Sua Excelência poderia explicar isso ao BTG, cujas ações diminuíram pela metade seu valor, quebrando milhares de acionistas, ou que perdeu quase 20 de reais em ativos desde a prisão de André Esteves.

Ou à Mendes Júnior que teve de demitir metade dos seus funcionários e está entrando em recuperação judicial esta semana.
Ou, ainda, aos 128.000 trabalhadores terceirizados da Petrobras que perderam o emprego no ano passado.

Ou às famílias dos 60.000 trabalhadores da Odebrecht, que também foram demitidos, ou aos funcionários restantes que aguardam o efeito da multa de 7 bilhões de reais – mais de 15 vezes o lucro do Grupo em 2014 – que se pretende impor “civilmente” à companhia.

Ou aos funcionários da Odebrecht que estão envolvidos com projetos de extrema importância para a defesa nacional, como a construção de nossos submarinos convencionais e atômicos e nosso míssil ar-ar A-Darter, concebido para armar nosso futuros caças Gripen NG-BR, que terão de ser interrompidos caso essa multa venha a ser cobrada.

Ou, ainda, aos “analistas” entre os quais é consenso que a Operação Lava Jato foi responsável por 2%, ou mais de 50%, da queda do PIB - de 3,8% - no ultimo ano.

Na mesma ocasião, o Sr. Sérgio Moro - como se fôssemos ingênuos de acreditar que juízes não têm suas próprias opiniões, ideologia e idiossincrasias políticas – afirmou não ter “partido”.

Ora, ele tem, sim, o seu partido.

E ele se chama PSM, o Partido do Sérgio Moro.

Um “partido” em que não cabem os interesses do país, nem os do governo, nem os da oposição, a não ser que eles se coloquem sob a sua tutela.

Assim como não dá para acreditar, com sua relativamente longa experiência, depois dos episódios de Maringá e do Banestado, que ele esteja agindo como age por ter sido picado pelo messianismo que distrai e embala a alma de outros “salvadores da pátria” da Operação Lava-Jato.

O que - seguindo a lógica do raciocínio - só pode nos levar a pensar que ele está fazendo o que faz porque talvez pretenda meter-se a comandar o país diretamente – achando, quem sabe, que as Forças Armadas vão permitir que venha a adentrar o Palácio do Planalto carregado por manifestantes convocados pelo Whats UP, em uma alegre noite de buzinaço, como um moderno Salazar ou Mussolini – ou quando eventualmente se cansar, lá pela milésima-primeira fase da Operação Lava-Jato - de exercitar seu ego e – até agora - seu incontestável poder de manter o país em suspense, paralisado política e economicamente, independentemente do ocupante de turno – quem grampeia um presidente grampeia qualquer presidente - que estiver sentado na principal poltrona do Palácio do Planalto.

A alternativa a essa República da “Destrói a Jato”, de um país mergulhado permanentemente na chantagem, na manipulação, no caos e na paralisia, é alguém ter coragem, nos órgãos de controle e fiscalização, de enfrentar o falso “clamor”, pretensamente “popular”, de um senso comum ditado pela ignorância e a mediocridade, e pendurar o guizo no pescoço do gato – ou desse tigre (de papel) - impondo ao mito construído em torno dessa operação, e aos seus “filhotes”, o império da Lei e o respeito ao Estado de Direito e à Constituição Federal.

Mas para isso falta peito e consciência de História a quem pode fazê-lo.

E sobra – talvez pelo medo das tampas de panela dos vizinhos - hesitação e covardia.

terça-feira, 15 de março de 2016

Condições normais de temperatura e pressão!




Após os protestos de domingo dia 13, no chororô de muitas pessoas que falam e reclamam e que dizem por fim, que não estamos nas CNTPs (Condições Normais de Temperatura e Pressão) no Brasil e de certa forma posso até concordar.

Mais ao mesmo tempo muitos deles querem que os ditos princípios constitucionais sejam sempre seguidos para resolver o problema e por óbvio eu também, então tá, vamos analisar.

Se não estamos nas CNTPs, lanço umas perguntas e depois algumas retóricas antecipadas.

É o governo que está forçando as CNTPs ou a oposição que não aceita a derrota?

E completando.

Se eles querem que os princípios constitucionais sejam seguidos e respeitados.... Qual é a solução?

Tirar a presidente... e botar quem?

E tirar a presidente porquê?

Porque ela é incompetente, isto não está nos princípios constitucionais!

Porque ela é corrupta, tem que se realmente provar? E não vale o mimimi da nossa mídia oligárquica de sempre que funciona de forma ipisis literi no Brasil em condições históricas semelhantes, pelo menos não é argumento suficiente para mim, como também para muitas pessoas que pensam fora do nosso ilustre quadrado midiático e é lógico ficamos fora do senso comum.

Por não ser boi de boiada, infelizmente o que percebo, é que ninguém está querendo respeitar os votos eleitorais, e aqueles que dizem simplesmente que o resultado foi apertado nos poupem, porque foi a mesma diferença proporcional dos votos de Hollande na França ou de Obama nos EUA e não existe ninguém com esta cantiga rasa por lá. Aliais, mais recentemente, na eleição da Argentina o Macri teve um resultado de vitória ainda menor e não vi os perdedores chorando pelo resultado.

O que ocorre mesmo é que a maioria do pensamento da velha classe média é que está querendo aparentemente um salvador da pátria, e que vive eternamente criminalizando a política vitimada de um velho processo midiático (Só que sem política não existe nada, sem ela não se constrói uma empresa, uma cidade, um estado ou um país e a mesma faz parte das relações humanas e são finalmente, altamente dialéticas e é preciso convencimento real das pessoas para se encontrar as soluções). Sinto, portanto, dizer que não existem salvadores da pátria e quando os mesmos “aparecem” em algum lugar, só fazem os respectivos países que os “acham” andar muito rapidamente para traz e de forma normalmente catastrófica.

É só olhar na história.

Tentar de verdade corrigir a política com propostas reais, cobrando junto ao congresso a reforma da mesma e partir para o desafio político verdadeiro é que não vejo enfim, ninguém querendo ou fazendo ou apenas muito poucos trabalhando com esta missão. No mais a história só se repete como farsa  e é por este caminho que estamos rapidamente caminhando, e se assim continuar, vamos achar rapidamente um governo fascista e muitos por fim vão morrer de saudades do PT! Portanto, acho que o melhor para todos é esperar 2018. Com relação ao governo de FHC, eu realmente não tenho nenhuma saudade, e não o quero de volta e votarei sempre contra o seu retorno ou a sua ideia, más na sua época jamais solicitei o seu fim, na verdade preferi tentar trabalhar para ganhar as eleições que se sucederam.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

A semiótica, minha dor de cabeça e a minha paciência; nunca vou fazer parte da manada!


Ando com uma certa dor de cabeça!
Contemplo que meu país se encontra doente, devendo ser esta a fonte de minha dor. Penso na minha dor miseravelmente pelo que vejo e sinto. Enxergo um Brasil hipócrita que para mim não está buscando as reais soluções para os seus imensos problemas. Mirando uma falsidade típica do nosso percurso histórico, montada em cima da corrupção vendida por uma mídia oligárquica. Assistindo as pessoas, incluindo as que muito conheço, não entenderem o que digo ou penso e agindo de forma desagradável e agressiva, como se fossem os donos da verdade.
E qual é a verdade?
Honestamente aprendi com Sócrates que sei que nada sei! Mas tenho alguns pensamentos sobre estes tipos de verdade que andam por aí e é dessa forma que as enxergo e relato abaixo. Isto diminui um pouco a minha dor deste cansaço ilógico que ocorre por aqui:
  • Estou cansado de donos da verdade! Afinal sou da doutrina da qual a mente humana não pode atingir nenhuma certeza a respeito da verdade.
  • Com meu fastio dos donos da verdade, vejo apenas uma coisa: a insensatez é infelizmente uma marcha sem dono!
  • Eu exausto dos donos da verdade de agora, pior vai ser o mea culpa daqui a 20 ou 30 anos. Vai ser realmente enfadonho!
  • No meu esgotamento dos donos da verdade penso apenas que cada cérebro dá aos fatos a escala de valor que é capaz.
  • Os donos da verdade que me extenuam nunca ouviram falar de Sócrates, só sei que sabem de tudo e eu só sei que nada sei!
  • Os donos da verdade com certezas absolutas, das opiniões mais estapafúrdias, da agressividade desmedida ditas no tom incisivo de quem não admite dúvida, me deixam combalido.
  • Acabo de descobrir que os donos da verdade me deixam extenuado, na verdade apenas incorporam um espirito de manada. Pensar para quê?
  • Sabe porque os donos da verdade me exaurem? Porque ninguém gosta de clichê e mais clichê! Sufocante afinal!


Tenho que escrever, mesmo esgotado dos donos da verdade! Porque de silêncio em silêncio pode se chegar o dia de não poder mais se falar ou escrever! Mas de onde vem esta dor e esta formação de um país doente! Qual a origem e a etiologia desta endemia, que assola a todos e forma esta manada, que aos poucos vai atrasando a nossa chance de que um futuro melhor chegue mais rápido. Qual a sua fonte e como se propaga?
O que ocorre nestes dias é que toda a nossa gente é refém de ataques semióticos. Ataques esses que são ainda mais nocivos e destrutivos que textos de colunistas pagos para fazer esse tipo de serviço. Na verdade, são fotos, charges, vídeos curtos, de maneira que o ódio é relativamente fácil de ser alimentado. Isto porque boa parte das pessoas, nos tempos corridos de hoje apenas prestam atenção nestes pontos específicos das reportagens! E como se sabe o pior cego é aquele que não quer ver! Com a semiótica influindo, mais fácil fica a formação dos cegos morais neste país.
 A grande ironia é que a ética não é um valor abstrato, e este furor jornalístico criado no Brasil visando a destruição moral de pessoas e de partidos vem fomentando o ódio, visando simplesmente os desejos dos donos dos veículos de comunicação e do pensamento mais retrogrado sobre o desenvolvimento humano, e pouco importando pelo bem-estar da sociedade. Este processo vem excluindo as pessoas das diferenças do pensar democrático, perseguindo incessantemente o pensamento diferente. O que se quer por fim, é que não é esperado de ninguém a concordância, espera-se sim, apenas a compreensão, mas isto está sendo morto no Brasil!
A doutora Fabiana Moraes da Silva publicou em um estudo sobre comunicações de nome "A não-notícia, um produto do infoentretenimento" que a característica mais comum dos pseudo-eventos é a presença da ambiguidade: o "deve ser", o silêncio de um famoso diante de algum suposto escândalo não esclarecido, o não-acontecimento torna-se cada vez mais comentado, alimentando assim uma série de suposições e, consequentemente, novos pseudo-eventos. Os pseudo-eventos se alimentam da ambiguidade para produzir ressonância no campo midiático, gerando comentários e garantindo assim sua presença nos meios de informação.
Ela caracteriza assim os "não fatos":
  1. Não são espontâneos, e sim planejados, plantados ou incitados. Jamais seriam possíveis num terremoto ou num acidente de trem, e sim por exemplo numa entrevista.
  2. São plantados para imediatamente serem reportados e reproduzidos, e essa reprodução é organizada de forma conveniente para ser reportada pela mídia. A grande pergunta "isso é real?" é menos importante do que "vale a pena ser publicado?"
  3. Sua relação com o conceito de realidade é ambígua. Na verdade, o interesse pelo material cresce à medida que ele é de fato ambíguo.
  4. Geralmente, se auto-realiza ao cumprir sua própria profecia. Tem o mesmo conceito que um fait drivers: seu sentido termina nele mesmo. 


Mais para mim nós temos é que experimentar todas as ideias tolas até chegar a correta. Portanto precisamos estar preparados para falhar inúmeras vezes e cometer muitos erros. Este é o padrão científico. E para mim o correto. Ou seja, precisamos estar constantemente investigando as possibilidades do mundo. E respostas corretas só existem para os que não querem pensar. Logo não compartilho nada com estes ditos donos da verdade, destes reis da semiótica e com aqueles que se dizem donos da partícula de Deus.
Com este texto muitos devem pensar que sou “comunista”, “socialista” e um monte de mimimi; lamentavelmente não enxergam nada. Apenas não vou fazer parte da manada, não vou ser parte de conceitos de coordenações sociais, na base do “muitos querem ou são, eu também quero ou sou”. É muito mais difícil ser aparentemente do “contra”.
Contudo sou humanista e penso constantemente no bem-estar das pessoas. Assim acho que o estado tem o que fazer em uma sociedade, principalmente numa sociedade desigual como a nossa, temos um estado com uma justiça lenta, aquela que normalmente tarda, logo ela é sempre falha, e que só finge que funciona quando se falam em processos a políticos ou a indivíduos coligados com a dita mídia, fazendo parte desta velha hipocrisia, de um legislativo tristemente mal votado e esquecido por nós eleitores. Efetivamente só lembramos em quem votar nos poderes executivos e desta vez montamos um legislativo "monstruoso". Esquecemos sempre que a responsabilidade pelo estado é do presidente, "mas que a vontade institucional" está no Congresso! Temos que perceber isto urgentemente! Temos que nos educar e nos livrar destes processos semióticos, temos que curar o nosso país doente.
Contudo sei também que tudo gira, e assim espero o vai e vem da humanidade e do Brasil. E aí amigos, “o roda mundo” roda! E as pessoas vão aprendendo! E graças a Deus, a paciência e o tempo são meus grandes heróis, afinal a história, é uma moça irônica, trabalha secretamente, rindo no escuro!

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