quinta-feira, 12 de maio de 2016

Viva a nossa ilusão!




Vamos em frente Brasil...O país da indignação seletiva!

Aviso a todos que não será o fim da crise, mas apenas o início, porque é comum no Brasil violarem o país em prol de uma interpretação enviesada do mesmo à sua volta, visto que, temos uma mídia que usa as informações como um bêbado usa um poste de iluminação – para servir de apoio e não para iluminar. Abraçam a nossa imaturidade democrática, usam as suas velhas crenças e veem então o que querem ver. Não duvido que existam justas razões, mas também um forte ódio de classes, profundas ignorâncias e hipocrisias que embalam esta velha disputa. Afinal todos nós temos um lobo bom e um lobo mal interno e neste estágio não sabem qual lobo alimentar.

Neste momento praticam um louco patriotismo, que funciona afinal como um refúgio dos canalhas, param de honrar o espetáculo das ideias e firmemente usam dois pesos e uma medida para considerar as evidências. A mente não funciona bem, e sim de acordo com as suas velhas crenças e emoções, ficando sujeitas a vieses de pensamento e fatores de confusão. Tudo parece tão plausível! Só que plausibilidade não garante a realidade, mas é mais confortável ouvir alguém falar o que já pensam, dá menos trabalho mental, por mais monótono que isso possa ser. E morremos todos neste conforto cognitivo.

Contudo na nossa elite de pensamento equivocado, direcionado por uma mídia plutocrática, a moda da América Latina, que só publica o interesse de seus proprietários como se fossem senhores feudais da comunicação, manipulando o seu público com meias verdades e muitas vezes com mentiras integrais, isto organiza e dá apoio a certos pensamentos fascistas vinculando-se a um “último” problema do país – a corrupção. Infelizmente eles esquecem que entre as noções de malfeito e benfeito, existe uma ravina, onde no final nos encontraremos.

Arranjam então uma avaliação rasa onde tendem a achar que corrupção é só aquilo que não os beneficia. Passam então a desfazer e a rejeitar políticas públicas, como se estas fossem fontes deste mal, aprofundando isto nas suas crenças. Monta-se então grandes idiotas instruídos, pena que eles são piores que idiotas ignorantes. Não tenho, portanto, inveja da felicidade daqueles que vivem no paraíso dos tolos, pois apenas um tolo consideraria que aquilo é felicidade.

Organizada esta malta, todos os dias vou então encontrar um intrometido, um ingrato, um insolente, um astucioso, um invejoso e um avaro fomentando e recriando clichês, montados hoje na internet. Porém, lá existe o melhor e o pior, o que nos proporciona até a encontrar mentes brilhantes e que teriam até dificuldade antes de se pronunciar, mas ao mesmo tempo, temos que lidar e dar relevância aos idiotas da aldeia. E está feito o pensamento errado da nossa elite populacional.

E por que pensam errado?

Immanuel Kant (século XVIII), nos trouxe a perspectiva de que a imagem que construímos do mundo a nossa volta não se baseia apenas no que existe, mas também do que nós criamos mentalmente. Este é um processo mental necessário, porém esta dependência da mente na construção da realidade torna subjetiva a percepção desta mesma realidade, nos sujeitando a armadilhas de nosso inconsciente. Estas armadilhas surgem quando interpretamos nossos sentidos com base em pré-conceitos da realidade. E aí poucos são capazes de entender o pensamento alheio. Estes equívocos decorrem do que chamamos de heurísticas ou erros cognitivos. Estes erros existem porque nosso cérebro não é desenhado (evolutivamente) para tomarmos decisões complexas, mas sim para a sobrevivência. Os sábios jamais pretenderam eliminar a miséria humana, simplesmente porque é impossível. Mas muitos deles se empenharam em ajudar-nos a entender e lidar com ela.

E quem é este que pensa?

O teste da razão de pensar diferente normalmente são mal compreendidos aos voltados ao estigma ilusório. A verdade é o que fazemos para obter uma perspectiva adequada. Pensamos diferente porque avaliamos os fatores em custo-efetividade do processo, normalmente entramos em uma posição de humildade perante os fenômenos e as informações apresentadas, procuramos visões de contracorrente e de certa forma enxergamos que ninguém consegue esconder a sua personalidade em um jogo de cartas. Notamos por fim que o mestre em disfarce informativo não consegue mais esconder suas manias.

Quem pensa diferente de mim na verdade não é meu inimigo, não é meu adversário. É meu parceiro na construção de um mundo plural. Certamente eles têm os seus vícios, mais afinal pessoas sem vícios têm poucas virtudes. Politicamente estas diferenças organizam a formação da sociedade gerando acordos de convivência procurando o melhor esquema para o funcionamento social. As diferenças devem ser levadas aos outros pelo argumento e convencimento montando o bem-estar do país. Mais fica tudo em suspenso neste repactuar viciado do Brasil.

Pouca gente entende como é possível estar triste neste hipócrita reconstruir do país! Infelizmente só se rir das cicatrizes quem nunca teve uma ferida. O que nós não podemos esquecer é que é impossível evitar confrontos quando se pensa e luta por mudanças. E nestes estágios se formos raivosos como eles são, vencerão também, porque o ódio neste momento é o seu campo. E todo o processo fica muito mais difícil. Então ajusto-me a mim e não ao mundo, no mais poderemos chorar o leite derramado. A história nos refaz destas lágrimas.

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