Vamos em frente Brasil...O país da
indignação seletiva!
Aviso a todos que não será o fim da crise,
mas apenas o início, porque é comum no Brasil violarem o país em prol de uma
interpretação enviesada do mesmo à sua volta, visto que, temos uma mídia que
usa as informações como um bêbado usa um poste de iluminação – para servir de
apoio e não para iluminar. Abraçam a nossa imaturidade democrática, usam as suas
velhas crenças e veem então o que querem ver. Não duvido que existam justas
razões, mas também um forte ódio de classes, profundas ignorâncias e
hipocrisias que embalam esta velha disputa. Afinal todos nós temos um lobo bom
e um lobo mal interno e neste estágio não sabem qual lobo alimentar.
Neste momento praticam um louco
patriotismo, que funciona afinal como um refúgio dos canalhas, param de honrar o
espetáculo das ideias e firmemente usam dois pesos e uma medida para considerar
as evidências. A mente não funciona bem, e sim de acordo com as suas velhas
crenças e emoções, ficando sujeitas a vieses de pensamento e fatores de
confusão. Tudo parece tão plausível! Só que plausibilidade não garante a
realidade, mas é mais confortável ouvir alguém falar o que já pensam, dá menos
trabalho mental, por mais monótono que isso possa ser. E morremos todos neste
conforto cognitivo.
Contudo na nossa elite de pensamento
equivocado, direcionado por uma mídia plutocrática, a moda da América Latina, que
só publica o interesse de seus proprietários como se fossem senhores feudais da
comunicação, manipulando o seu público com meias verdades e muitas vezes com
mentiras integrais, isto organiza e dá apoio a certos pensamentos fascistas
vinculando-se a um “último” problema do país – a corrupção. Infelizmente eles esquecem
que entre as noções de malfeito e benfeito, existe uma ravina, onde no final
nos encontraremos.
Arranjam então uma avaliação rasa onde tendem
a achar que corrupção é só aquilo que não os beneficia. Passam então a desfazer
e a rejeitar políticas públicas, como se estas fossem fontes deste mal,
aprofundando isto nas suas crenças. Monta-se então grandes idiotas instruídos,
pena que eles são piores que idiotas ignorantes. Não tenho, portanto, inveja da
felicidade daqueles que vivem no paraíso dos tolos, pois apenas um tolo
consideraria que aquilo é felicidade.
Organizada esta malta, todos os dias vou
então encontrar um intrometido, um ingrato, um insolente, um astucioso, um
invejoso e um avaro fomentando e recriando clichês, montados hoje na internet.
Porém, lá existe o melhor e o pior, o que nos proporciona até a encontrar
mentes brilhantes e que teriam até dificuldade antes de se pronunciar, mas ao
mesmo tempo, temos que lidar e dar relevância aos idiotas da aldeia. E está
feito o pensamento errado da nossa elite populacional.
E por que pensam errado?
Immanuel Kant (século XVIII), nos trouxe a
perspectiva de que a imagem que construímos do mundo a nossa volta não se
baseia apenas no que existe, mas também do que nós criamos mentalmente. Este é um processo mental
necessário, porém esta dependência da mente na construção da realidade
torna subjetiva a percepção desta mesma realidade, nos sujeitando a armadilhas
de nosso inconsciente. Estas armadilhas surgem quando interpretamos nossos
sentidos com base em pré-conceitos da realidade. E aí poucos são capazes de
entender o pensamento alheio. Estes equívocos decorrem do que chamamos
de heurísticas ou erros cognitivos. Estes erros existem porque nosso
cérebro não é desenhado (evolutivamente) para tomarmos decisões complexas, mas
sim para a sobrevivência. Os sábios jamais pretenderam eliminar a miséria
humana, simplesmente porque é impossível. Mas muitos deles se empenharam em
ajudar-nos a entender e lidar com ela.
E quem é este que pensa?
O teste da razão de pensar diferente
normalmente são mal compreendidos aos voltados ao estigma ilusório. A verdade é o que fazemos para obter uma
perspectiva adequada. Pensamos diferente porque avaliamos os fatores em
custo-efetividade do processo, normalmente entramos em uma posição de humildade
perante os fenômenos e as informações apresentadas, procuramos visões de
contracorrente e de certa forma enxergamos que ninguém consegue esconder a sua
personalidade em um jogo de cartas. Notamos por fim que o mestre em disfarce
informativo não consegue mais esconder suas manias.
Quem pensa diferente de mim na verdade não
é meu inimigo, não é meu adversário. É meu parceiro na construção de um mundo
plural. Certamente eles têm os seus vícios, mais afinal pessoas sem vícios têm
poucas virtudes. Politicamente estas diferenças organizam a formação da
sociedade gerando acordos de convivência procurando o melhor esquema para o
funcionamento social. As diferenças devem ser levadas aos outros pelo argumento
e convencimento montando o bem-estar do país. Mais fica tudo em suspenso neste
repactuar viciado do Brasil.
Pouca gente entende como é possível estar
triste neste hipócrita reconstruir do país! Infelizmente só se rir das
cicatrizes quem nunca teve uma ferida. O que nós não podemos esquecer é que é
impossível evitar confrontos quando se pensa e luta por mudanças. E nestes
estágios se formos raivosos como eles são, vencerão também, porque o ódio neste
momento é o seu campo. E todo o processo fica muito mais difícil. Então
ajusto-me a mim e não ao mundo, no mais poderemos chorar o leite derramado. A
história nos refaz destas lágrimas.
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