Nos Últimos 18 anos tivemos 3 presidentes da república, apenas no governo Lula tivemos uma
queda contínua dos índices de pobreza. Itamar e FHC tiveram apenas um
ano de redução efetiva cada. Logo Itamar foi muito mais bem sucessidido
neste quesito do que o Príncipe dos Sociólogos, visto que seu governo
durou pouco mais de dois anos e a redução se deu no último ano, já
efeagá teve a redução apenas no seu primeiro ano (será que foi herança
do antecessor). Como se pode ver no brilhante artigo abaixo e no gráfico
acima. Portanto os números desmentem cabalmente que a miséria vem caindo
desde a "implantação do Real" , logo, não é o Real por si só como
afirmam algumas "brilhantes" cabeças de planilha de nossa economia e sim
escolha e ações de governo.
O real da miséria e a miséria do Real
Por: Antônio Lassance na
Carta Maior
O gráfico acima merece
ser emoldurado. Ele representa
os avanços que o Brasil alcançou até o momento na luta pela redução da
miséria.
Antes de mais nada, é
preciso dar os devidos
créditos. O gráfico tem como base os dados da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (PNAD), colhidos, organizados e divulgados pelo
IBGE. São sistematicamente trabalhados pelo IPEA, que tem grandes
estudiosos sobre o tema da pobreza, assim como pelo Centro de Políticas
Sociais da Fundação Getúlio Vargas-RJ.
Graças
a esses estudos se pode, hoje, visualizar se
estamos avançando ou retrocedendo; se o Brasil está resgatando seus
pobres ou produzindo quantidades cada vez maiores de pessoas que ganham
menos que o estritamente necessário para sobreviver; gente que se
encontra sob situação de insegurança e vulnerabilidade.
Os números e a trajetória que os liga
permitem não só
uma fotografia da miséria, mas também um retrato do que os governos
fizeram a esse respeito. Serve até de exame para um diagnóstico do bem
estar ou do mal estar que as políticas econômicas podem causar à nossa
sociedade.
Descritivamente: esta linha sinuosa
decresce em ritmo
forte em 1994 e 1995, quando estaciona. Depois de 1995, a queda deixa
de ter continuidade e, salvo pequenas oscilações, os patamares de
miséria ficam estáveis pelos sete anos seguintes, até 2002. Depois de
2003, ocorre uma nova trajetória descendente e, desta vez, sustentada,
pois se mantém em queda ao longo de sete anos.
Na trajetória dos últimos 18 anos, só o
governo Lula
reduziu a pobreza de forma contínua e acentuada. Itamar e FHC tiveram,
cada qual, apenas 1 ano de efetiva redução da pobreza: Itamar (que teve
pouco mais de 2 anos de governo), em seu último ano (1994), e FHC, em
seu primeiro ano (1995).
O gráfico desmente categoricamente a afirmação de que a miséria e as desigualdades no Brasil vêm caindo “desde o Plano Real”, como é comum encontrar inclusive entre analistas econômicos, principalmente aqueles que são mais entusiastas do que analistas e, a cada 5 anos, comemoram o aniversário do plano como se fosse alguém da família.
O
Plano Real conseguiu reduzir a miséria apenas pelo
efeito imediato e inicial de retirar do cenário econômico aquilo que é
conhecido como “imposto inflacionário”: o desconto compulsório, que
afeta sobretudo as camadas mais pobres, ao devorar seus rendimentos.
Retirar a inflação do meio do caminho foi importante, mas insuficiente.
No governo FHC, a miséria alcançou um
ponto de
estagnação. Uma estagnação perversa, que deu origem, por exemplo, à
teoria segundo a qual muitos brasileiros seriam “inimpregáveis”. Para o
discurso oficial, o problema da miséria entre uma parte dos brasileiros
estaria, imaginem, nos próprios brasileiros. A expressão era um claro
sinônimo de “imprestáveis”: pessoas que não tinham lugar no crescimento
pífio daqueles 8 anos. Era um recado a milhões de pessoas, do tipo: “não
há nada que o governo possa fazer por vocês”. “Se virem!”
O governo Lula iniciou uma nova curva
descendente da
miséria no Brasil e a intensificou. Sua trajetória inicial foi mais
íngrime do que a verificada no início do Plano Real e, mais importante,
ela se manteve em declínio ao longo do tempo. Por trás dos números e da
linha torta, está o regate de milhões de brasileiros.
A razão que explica essa trajetória está
no conjunto
de políticas sociais implementadas por Lula, como o Fome Zero, o Bolsa
Família, a bancarização e os programas da agricultura familiar, além da
melhoria e ampliação da cobertura da Previdência.
No campo econômico, além de proteger as
camadas
sociais mais pobres da volta do imposto inflacionário (estabilidade
macroeconômica), houve uma política sistemática de elevação do salário
mínimo e, a partir de 2004, patamares mais significativos de crescimento
econômico, com destaque nas regiões mais pobres, que cresceram em ritmo
superior à média nacional – em alguns casos, superior ao ritmo chinês.
O governo FHC, sem políticas sociais
robustas e
integradas e com índices sofríveis de crescimento econômico, exibiu uma
perversa estabilidade da miséria. Se lembrarmos bem, ao final de seu
mandato, a economia projetava inflação de dois dígitos, os juros (Selic)
superavam os 21% ao ano (haviam batido em 44,95% em 1999), a crise da
desvalorização cambial fizera o dólar disparar, as reservas estavam
zeradas e o País precisara do FMI como avalista. Por isso se pode dizer
que a característica principal do Governo FHC não foi propriamente a
estabilidade macroeconômica. Foi o ajuste fiscal e a estabilidade da
miséria.
Por sua vez, a tríade crescimento,
estabilidade e
redução da miséria, prometida por Lula na campanha de 2002, aconteceu.
Se alguém tinha alguma dúvida, aí está a prova.
Antônio Lassance é pesquisador do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e professor de Ciência Política.
A própósito do título a citação latina tem a seguinte tradução: "Os Hipócritas querem ser considerados virtuosos".
A própósito do título a citação latina tem a seguinte tradução: "Os Hipócritas querem ser considerados virtuosos".
Voce sabe que em nosso meio nao faltam pessoas para achar que este governo ja vai tarde. O que observo e que os sempre privilegiados nao estao satisfeitos, embora o povao se sinta amparado. Entao , e de se esperar que se criem factoides para diminuir o valor de tudo que o Governo Lula tem feito, principalmente na area social. E contra a fatos nao ha argumentos; as estatisticas sao bem simples, sem manipulaçoes.
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