Veja Só! Ela não Aprende!
Maravilhosa a carta resposta do ministro chefe da Controladoria Geral da União Jorge Hage, que foi publicada no Blog do Planalto e no site da CGU , àquela revista conhecida como a Última Flor do Fascio, como diz Paulo Henrique Amorim, devido à ridícula edição preconceituosa e torta de balanço do governo Lula, visto que a dita publicação não costuma dar direito de resposta a ninguém, resposta esta em que eu concordo em gênero número e grau.
Veja: má vontade e preconceito conduzem à cegueira
Resposta do ministro Jorge Hage a editorial de balanço da revista Veja:
Brasília, 27 de Dezembro de 2010.
Sr. Editor,
Apesar de não surpreender a ninguém que
haja acompanhado as edições da sua revista nos últimos anos, o número
52 do ano de 2010, dito de “Balanço dos 8 anos de Lula”, conseguiu
superar-se como confirmação final da cegueira a que a má vontade e o
preconceito acabam por conduzir.
Qualquer leitor que não tenha
desembarcado diretamente de Marte na noite anterior haverá de
perguntar-se “de que país a Veja está falando?”. E, se o leitor for um
brasileiro e não integrar aquela ínfima minoria de 4% que avalia o
Governo Lula como ruim ou péssimo, haverá de enxergar-se um completo
idiota, pois pensava que o Governo Lula fora ótimo, bom ou regular. Se
isso se aplica a todas as “matérias” e artigos da dita retrospectiva,
quero deter-me especialmente às páginas não-numeradas e não-assinadas,
sob o título “Fecham-se as cortinas, termina o espetáculo”. Ali, dentre
outras raivosas adjetivações (e sem apontar quaisquer fatos,
registre-se), o Governo Lula é apontado como “o mais corrupto da
República”.
Será ele o mais corrupto porque foi o
primeiro Governo da República que colocou a Polícia Federal no encalço
dos corruptos, a ponto de ter suas operações criticadas por expor
aquelas pessoas à execração pública? Ou por ser o primeiro que levou até
governadores à cadeia, um deles, aliás, objeto de matéria nesta mesma
edição de Veja, à página 81? Ou será por ser este o primeiro Governo que
fortaleceu a Controladoria-Geral da União e deu-lhe liberdade para
investigar as fraudes que ocorriam desde sempre, desbaratando esquemas
mafiosos que operavam desde os anos 90, (como as Sanguessugas, os
Vampiros, os Gafanhotos, os Gabirus e tantos mais), e, em parceria com a
PF e o Ministério Público, propiciar os inquéritos e as ações judiciais
que hoje já se contam pelos milhares? Ou por ter indicado para dirigir o
Ministério Público Federal o nome escolhido em primeiro lugar pelos
membros da categoria, de modo a dispor da mais ampla autonomia de
atuação, inclusive contra o próprio Governo, quando fosse o caso? Ou já
foram esquecidos os tempos do “Engavetador-Geral da República”?
Ou talvez tenha sido por haver criado
um Sistema de Corregedorias que já expulsou do serviço público mais de
2.800 agentes públicos de todos os níveis, incluindo altos funcionários
como procuradores federais e auditores fiscais, além de diretores e
superintendentes de estatais (como os Correios e a Infraero). Ou talvez
este seja o governo mais corrupto por haver aberto as contas públicas a
toda a população, no Portal da Transparência, que exibe hoje as despesas
realizadas até a noite de ontem, em tal nível de abertura que se tornou
referência mundial reconhecida pela ONU, OCDE e demais organismos
internacionais.
Poderia estender-me aqui
indefinidamente, enumerando os avanços concretos verificados no
enfrentamento da corrupção, que é tão antiga no Brasil quanto no resto
do mundo, sendo que a diferença que marcou este governo foi o haver
passado a investigá-la e revelá-la, ao invés de varrê-la para debaixo do
tapete, como sempre se fez por aqui.
Peço a publicação.
Jorge Hage Sobrinho
Ministro-Chefe da Controladoria-Geral da União
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