É da democracia a paciência infinita e por ela eu penso e me valido. Contudo a transformação do mundo não é nada divertida. E quando ela acontece ou tenta acontecer o status quo efetivamente parte contra a mesma. Na verdade, o pobre conhecimento do valor das transformações e do bem estar que pode trazer para a sociedade, faz com que o homem comum se mostre ignorante e a ignorância traz muito mais certezas do que conhecimento.
As transformações mesmo as muito lentas promovidas neste últimos 13 anos são pontos de ruptura, e o "Velho Brasil" usou o homem comum para dizer um não. e como disse Maquiavel, "os homens são tão simples, e tão obedientes as necessidades do momento, que é muito fácil ser enganado e, portanto, encontra sempre quem o vai enganar".
Infelizmente vi no circo de horrores no domingo, no qual infelizmente clamamos a Deus e fizemos o diabo. Sou trabalhista porque o trabalho é mais importante e é independente do capital. O capital é apenas o fruto do trabalho, e não existiria sem ele. O trabalho é superior ao capital e merece a consideração mais elevada. E o que vi lá e nas velhas manifestações por um "Novo Brasil" foi um mundo de pensamento sem conteúdo e os mesmos são rasos; mal pensam em nossas instituições e em nossa gente, não tem conceitos e para mim, são cegas.
Lamento pelos indiferentes como todos que se dizem que são apolíticos
e na verdade são falsos. Como Friederich Hebbel acredito que "viver
significa tomar partido. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser
cidadão, e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida”.
E completando com Gramsci “ a indiferença é o peso morto da história. É a bala
de chumbo para o inovador, é a matéria inerte em que se afogam frequentemente
os entusiasmos mais esplendorosos, é o fosso que circunda a velha cidade e a
defende melhor do que as mais sólidas muralhas, melhor do que o peito dos seus
guerreiros, porque engole nos seus sorvedouros de lama os assaltantes, os
dizima e desencoraja e às vezes, os leva a desistir de gesta heroica."
Humanista que sou e democrata até o fundo da minha
alma um pouco transgressora, o que mais desejo é de fato uma democracia por
inteiro! Na economia, na mídia, na justiça, na saúde, no campo, nos
transportes...
No mais nada precisa ser explicado! Afinal o homem não é nada além daquilo que a educação faz dele.